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Soares: Um homem a quem o país "muito deve"

O presidente da Câmara Municipal da Guarda, o social-democrata Álvaro Amaro, considerou hoje que Mário Soares "fará eternamente" parte da História de Portugal e é um homem a quem o país "muito deve".

Soares: Um homem a quem o país "muito deve"
Notícias ao Minuto

21:40 - 08/01/17 por Lusa

País Álvaro Amaro

a perda de um homem que fará eternamente parte da História de Portugal", disse hoje o autarca à agência Lusa.

Segundo Álvaro Amaro, Mário Soares "foi um homem a quem o país muito deve, porque para além, e muito para além das suas convicções, da sua ideologia, do seu pensamento político, o país ficará a dever-lhe seguramente um momento histórico da nossa vida das últimas décadas, que é a sua convicção europeísta e, nesse sentido, a assinatura, ou a negociação, e a entrada de Portugal na Europa".

O autarca da Guarda referiu ainda que Soares era "um homem que se assumia" e "nesse sentido, assumiu para ele e para o país um combate que venceu, para bem do país, que foi o combate pela liberdade e pela democracia em Portugal".

"Devemos-lhe muito desse combate e devemos-lhe muito, depois, já no pós-25 de Abril, a capacidade, o discernimento, a inteligência de perceber que tínhamos que continuar o caminho da liberdade que tínhamos conquistado um ano antes. E, por isso, é uma perda histórica de um homem que ajuda a História de Portugal", rematou Álvaro Amaro.

O autarca, que foi secretário de Estado da Agricultura quando Cavaco Silva desempenhava as funções de primeiro-ministro, lembra que acompanhou Mário Soares numa Presidência Aberta ao distrito da Guarda e em outras ocasiões.

Dos vários momentos em que acompanhou Soares, recorda uma visita aérea a uma plantação de eucaliptos na zona centro do país, realizada por empenho do então Presidente da República.

"E o facto de haver muita desinformação, entendemos que era muito útil esse papel do senhor Presidente da República em querer colocar na agenda [a temática da plantação de eucaliptos], justamente para procurar a informação sobre o assunto", disse o social-democrata.

Logo que Álvaro Amaro soube da morte de Mário Soares deu instruções de imediato para que a bandeira da autarquia da Guarda fosse colocada a meia haste e cancelou hoje um concerto de Ano Novo e uma inauguração na freguesia de Famalicão da Serra.

Mário Soares morreu no sábado no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde esteve internado 26 dias, desde 13 de dezembro.

O Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira.

O corpo do antigo Presidente da República vai estar em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos a partir das 13:00 de segunda-feira, e o funeral de Estado realiza-se a partir das 15:30 de terça-feira, para o Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.

Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.

Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.

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