Animais não são brinquedos. Adotá-los no Natal? Só com garantias
O medo de que a decisão não seja tomada com consciência preocupa as associações.
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País Associação
A chegada do Natal leva muitas pessoas a decidirem adotar um animal, por vezes para surpreender filhos, companheiros ou amigos. Mas como reagem as associações de apoio animal a esta situação?
Nestas circunstâncias, Ana Maria Francisco, presidente da Focinhos e Bigodes, garante que há necessidade de proteger os animais. “Não podemos deixar fazer as adoções sob pressão. Um animal não pode ser visto como algo para pôr na árvore de Natal”, disse em declarações ao Notícias ao Minuto.
“Eu ando nisto há muitos anos e, no dia 26 de dezembro, já retirei de dentro de um caixote do lixo uma cadelinha bebé com um laçarote ao pescoço, juntamente com os papéis do Natal”, recordou a responsável pela associação.
Nesta senda, Ana Maria Francisco explica que o “entusiasmo leva as pessoas a pensarem que o animal é um brinquedo” e que têm de ser as associações a colocar um ‘travão’ e a proteger os animais.
Realçando que se tenta “filtrar sempre” o tipo de pessoas que pretende adotar um animal, o Natal é uma época mais frágil e que requer cuidados redobrados. Assim, a responsável diz que por esta altura já saíram dois animais da associação, mas para famílias conhecidas da Focinhos e Bigodes.
Por outro lado, Margarida Saldanha, da União Zoófila, salvaguarda que a adoção de animais na época natalícia “é um facto que se verifica bastante”, revelando que “ainda há muito o conceito de oferecer um ser vivo como prenda”.
A responsável explica que não tem nada contra essa “oferta”, mas que esta “não deve implicar o efeito surpresa na outra pessoa”. E, no mesmo seguimento, acrescenta que em janeiro são notórias as consequências destes casos.
“Temos um cão que se chama Gift porque em janeiro apareceu com um laçarote no pescoço”, contou em declarações ao Notícias ao Minuto, referindo que o primeiro mês do ano é daqueles em que mais cães surgem abandonados.
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