Mário Nogueira? "Não costumo ler ou ouvir o que ele diz"
Ex-ministro da Educação mostra-se satisfeito com o trabalho que realizou ao longo de quatro anos, mas confessa-se apreensivo quanto às medidas que têm sido aplicadas pelo novo ministro, Tiago Brandão Rodrigues.
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País Entrevista
Na semana em que o estudo PISA 2015 revelou que os alunos portugueses estão melhores em ciências, matemática e leitura e que, pela primeira vez, estão acima da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, o ex-ministro Nuno Crato foi o convidado do programa da TVI24, ‘Olhos nos Olhos’.
Juntamente com Henrique Medina, o professor admitiu que “é bom que haja diversidade curricular”, no entanto, lembrou que há coisas que são fundamentais, que é o “português, a matemática, o inglês e as ciências”.
“Se o aluno não sabe matemática, não vai poder estudar física”, frisou a título de exemplo, garantindo que a “focagem nos conteúdos essenciais foi decisiva” para os bons resultados apresentados pelo PISA.
Porém, alerta, há um “caminho” traçado por si que “está a ser desvirtuado”.
“Instituímos medidas de avaliação no 4º e 6º ano que agora desapareceram. O referencial nacional desapareceu e agora está tudo entregue às escolas, o que não ajuda os professores. Esperemos que isto não tenha efeitos muito graves”, apontou.
Nuno Crato, que por uma questão de “elegância” não se quis alongar nos aspetos a criticar a Tiago Brandão Rodrigues, referiu ainda que “estamos de regresso à dispersão e ao emagrecimento curricular” quando o que “precisamos é de mais ambição no Ensino”.
“Eu estou contente com algumas coisas que fiz, mas é preciso ir mais longe”, defendeu, descrevendo como “absolutamente extraordinário” o facto de Portugal ter passado à frente da Finlândia, o “país mítico na Matemática”.
“Agora estamos acima da média da OCDE. Alguma coisa de bom o sistema educativo tem feito pelos nossos jovens”, indicou.
E Mário Nogueira? Estará satisfeito com os resultados? “Não sei. Não costumo ler ou ouvir o que ele diz”, respondeu, acrescentando que o “entristeceu”, enquanto ministro, conversar com “sindicatos que só pensavam nos aspetos mais estreitos”. “E a qualidade de Ensino? E os alunos?”, questionou, garantindo ter encontrado o sentimento “contrário nos professores”.
Nesta senda, Nuno Crato deixou um alerta: “Não devemos confundir os professores com os seus representantes”.
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