Acusado de tentar matar ex-mulher e namorado fala em "ato irrefletido"
O homem acusado de tentar matar a ex-mulher e o atual namorado desta, a 30 de janeiro, num `hostel´ do Porto, disse hoje em tribunal que "nunca" teve intenção de os matar, tendo tido um "ato irrefletido".
© Global Imagens
País Porto
"Fiz quatro disparos, mas todos para o chão e para o ar", afirmou ao coletivo de juízes do Tribunal São João Novo, no Porto.
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), o arguido, de 33 anos, já depois de divorciado, continuou a aceder ao perfil de `facebook´ e ao `e-mail´ da ex-mulher, aproveitando o facto de saber as senhas, e descobriu que ela tinha reservado um quarto num `hostel´ do Porto para a noite de 30 para 31 de janeiro para se encontrar com o novo namorado.
Ao saber da reserva, o suspeito "com o propósito de tirar a vida à ex-mulher e ao namorado" decidiu reservar um quarto no mesmo `hostel´, para o qual foi munido de um revólver à espera que eles chegassem, salientou.
O MP acrescentou que o arguido, ao sentir que eles tinham chegado e iam para o quarto, "saiu-lhes ao caminho" e disparou dois tiros à cabeça do namorado da ex-companheira, atingindo-o de raspão.
"De seguida colocou a arma junto à cabeça da ex-mulher e disparou só não a matando porque o projétil embateu na zona inferior da lente dos óculos de sol que a ofendida trazia na cabeça, logo acima da testa", referiu.
Depois do crime, a ex-mulher e o namorado foram transportados para o Hospital Santo António, de onde tiveram alta no mesmo dia, e o arguido barricou-se durante cerca de duas horas no `hostel´, obrigando ao corte de trânsito nas imediações.
O arguido - acusado de um crime de violência doméstica, dois de homicídio qualificado na forma tentada e quatro de acesso ilegítimo -- explicou que só foi ao `hostel´ para "tirar dúvidas" e ter a certeza de que tinha sido enganado.
Em prisão preventiva -- medida de coação mais gravosa -- o detido esclareceu que, ainda casados, descobriu mensagens trocadas entre a ex-mulher e o atual companheiro dela "pouco ortodoxas" na rede social `facebook´, depois de ela ter deixado o computador aberto no sofá.
"Confrontei-a com isso e disse-lhe que não podia compactuar com aquele tipo de situações, dando-lhe a escolher entre mim ou o `facebook´ e ela escolheu o `facebook´", contou.
O suspeito adiantou que acedia ao `e-mail´ da ex-mulher com a sua autorização e para enviar uns dados para a Polícia Judiciária relacionados com a ourivesaria, que ela abriu em 2012, dado ela não saber tratar desse assunto.
Quanto à posse do revólver, o arguido adiantou que o havia comprado há uns meses porque havia sido ameaçado pelo ex-cunhado e andava com medo.
O MP acusou ainda o suspeito de, durante a vida em comum, ser violento e ciumento com a ex-mulher, comportamento que por vezes se traduzia em agressões físicas, ameaças, injúrias e quebra de objetos do lar.
"É totalmente mentira, nunca lhe bati, aliás sou contra qualquer tipo de violência, seja ela física ou psicológica", sustentou.
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