Meteorologia

  • 27 ABRIL 2024
Tempo
12º
MIN 11º MÁX 17º

Ciclo de debates para travar o "destino trágico" de um país em chamas

A Universidade de Vila Real e a Ordem dos Engenheiros vão lançar um ciclo de debates para ajudar a travar o "destino trágico" de um país em chamas, discutir a prevenção e a "extinção" dos engenheiros florestais.

Ciclo de debates para travar o "destino trágico" de um país em chamas
Notícias ao Minuto

11:56 - 08/09/16 por Lusa

País Incêndios

A iniciativa "A floresta portuguesa em causa" junta a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e a Ordem dos Engenheiros e conta com o apoio da Associação dos Florestais da UTAD.

A organização anunciou hoje, em comunicado, que o primeiro debate deste ciclo se realiza no dia 13, em Vila Real, depois de um "verão abrasador que desencadeou fogos devastadores em todo o país e trouxe para a praça pública um epifenómeno cíclico e dramático".

Segundo dados revelados pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), a área ardida este ano quase que duplicou em relação a 2015, tendo os incêndios florestais consumido, até 31 de agosto, 107.128 hectares, enquanto no ano passado este valor se situava nos 58.601 hectares.

Este ciclo de debates pretende gerar "uma reflexão aberta e séria sobre o destino trágico de um país em chamas e que ultrapassa em área ardida, relativamente à dimensão do seu território, qualquer outro país da Europa, mas onde a floresta ainda contribui com 7% das exportações".

De acordo com os organizadores, "a atual situação, e com os cenários climáticos a darem sucessivamente conta de novos extremos, leva à liquidação sistemática dos esforços cada ano desenvolvidos".

"Em 2017, um verão menos seco e quente fará crer que se conseguiu inverter a situação, mas no ano seguinte um novo pico de calor voltará a trazer-nos à realidade", afirmaram ainda.

Mas os promotores destes debates destacam também "o despovoamento das áreas rurais, que indiretamente conduz à acumulação de materiais combustíveis, e onde um fósforo pode fazer lavrar um fogo de modo incontrolável", e sublinham "o sério risco de desaparecimento do conhecimento sobre a floresta".

José Aranha, diretor do Departamento de Ciências Florestais e Arquitetura Paisagista da UTAD, afirmou que os engenheiros florestais "estão em vias de desaparecer, assim como a própria investigação ligada à floresta".

Porém, na sua opinião, a engenharia florestal "tem soluções para os incêndios florestais, alicerçadas na história, na experiência e no conhecimento científico, e estas soluções não são apenas do domínio da prevenção, mas também do combate".

O primeiro debate terá como intervenientes Helena Freitas, Coordenadora da Unidade de Missão para a Valorização do Interior, José Miguel Cardoso Pereira, professor da Universidade de Lisboa, Américo Mendes, professor da Universidade Católica Porto, Paulo Fernandes, professor da UTAD, António Macedo, da Ordem dos Engenheiros, João Branco, presidente da Quercus, e Rogério Rodrigues, presidente do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Recomendados para si

;
Campo obrigatório