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Incêndios: "Forças armadas não podem fazer trabalho da proteção civil"

Ministra da Administração Interna rejeita a ideia que os reforços no combate às chamas tenham sido pedidos demasiado tarde.

Incêndios: "Forças armadas não podem fazer trabalho da proteção civil"
Notícias ao Minuto

11:39 - 13/08/16 por João Oliveira

País MAI

Numa sessão de esclarecimentos aos jornalistas, em Aveiro, a ministra da Administração Interna começou por dizer que “a situação [dos incêndios] está bem mais calma” e que “estamos em fase de rescaldo, que é uma fase muito importante para evitar reacendimentos, que são sempre terríveis”, dando o exemplo dos incêndios de Águeda.

Confrontada com a falta de meios no combate aos fogos, nomeadamente a falta de acção da Força Aérea, Constança Urbano de Sousa referiu que “as forças armadas não têm qualquer tipo de capacidade para combater fogos”, visto que “os seus pilotos não têm formação” para tal, e que a sua função “é dar apoio à Proteção Civil”, não podendo, por isso, “nos termos da Constituição, assumir o papel” da Proteção Civil.

Se o reforço dos meios para o combate às chamas foi tardio, a governante explica que “as decisões são tomadas consoante as necessidades do momento”. “Acontece que as necessidades podem mudar de um minuto para o outro. Tudo depende das condições meteorológicas. Ninguém previa que, aliado a um calor, íamos ter ventos inacreditáveis. Os meios chegaram quando houve necessidade de atuar”, acrescentou.

Para explicar a quantidade de fogos que foi preciso combater, a ministra lembrou que “os meios nunca são infinitos” e que as condições climatéricas dificultaram, e muito, o trabalho dos bombeiros. “Neste ano, houve uma concentração de ocorrências numa parte do território, o que faz que haja muita concentração de meios num sítio e depois uma enorme dispersão, o que faz com que os meios se dispersem. Isso é algo que não conseguimos prever”.

"Temos também que rever o nosso sistema de propriedade, porque, se as pessoas abandonam as suas terras e não têm interesse nelas, deveremos encontrar uma solução para haver uma utilização comunitária [desses terrenos]", acrescentou ainda Constança Urbano de Sousa.

O semanário Expresso avança na sua edição de hoje que o Governo tem a intenção de passar a posse de terras abandonadas para as autarquias, que ficarão responsáveis pela sua gestão e exploração.

Numa visita ao comando de operações da Proteção Civil em Castelo de Paiva, um dos municípios atingidos por incêndios nos últimos dias, a ministra afirmou que a floresta portuguesa "está muito repartida em pequenos pedaços que são de propriedade privada" e defendeu que a ideia de se desenvolver um cadastro florestal que ajude a identificar terras abandonadas seria "muito útil".

"É uma ideia que deve ser ponderada, bem refletida e penso que muito útil", declarou a governante.

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