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Associação defende mais divulgação e menos encargos na pesca turismo

A presidente da Associação de Mulheres de Pescadores e Armadores de São Mateus (AMPA), na ilha Terceira, considera que a pesca turismo nos Açores necessita de mais divulgação e de menos encargos para se tornar sustentável.

Associação defende mais divulgação e menos encargos na pesca turismo
Notícias ao Minuto

12:48 - 06/08/16 por Lusa

País Açores

"Eu penso que depois de se espalhar a palavra e de as pessoas se habituarem a vir e a procurar aquela atividade, vai chegar a uma certa altura em que eles próprios vão-se conseguir manter", frisou, em declarações à Lusa, Sara Silveira.

A AMPA apoia atualmente duas embarcações do Porto de São Mateus para que levem turistas ao mar, caso contrário não teriam lucro com a atividade.

"É um projeto que exige muito para os pescadores poderem entrar e muitos deles não têm meios financeiros, nem têm meios logísticos", explicou Sara Silveira.

A associação empresta uma balsa de salvamento obrigatória, que custou 2.000 euros, e paga a sua manutenção anual, que ronda os 400 euros.

Para além disso, paga os seguros, que rondam os 300 euros, e a licença de pesca turismo, que tem um custo de 244 euros, embora o Governo Regional já tenha manifestado intenção de reduzir esse valor, segundo Sara Silveira.

Com um subsídio anual do executivo açoriano, a AMPA consegue cobrir os custos de uma embarcação, mas este ano, com uma segunda envolvida no projeto, tem de investir recursos próprios.

"Não temos grandes associados. As quotas são de 12 euros por ano. Temos uma loja de artesanato, que de verão faz algum dinheiro, mas já fez muito mais", salientou a presidente da AMPA.

Sobram poucas verbas para a divulgação e a maior parte dos turistas só se apercebe de que a atividade existe quando chega à ilha.

"Podem chegar cá a saber que existe através de alguém que tenha feito, mas geralmente não. A gente não consegue fazer uma divulgação para fora. Um dos grandes problemas é esse, não temos meios", frisou Sara Silveira.

Segundo a presidente da AMPA, os turistas ficam habitualmente poucos dias na ilha Terceira e nem sempre têm tempo para atividades mais prolongadas como esta, que exige a permanência de cerca de quatro horas no mar.

Por outro lado, a atividade é muito sazonal e por vezes a ondulação obriga a deixar os turistas em terra.

"O ano passado foi mau, porque tivemos bastante adesão, mas não conseguimos realizar saídas, porque o tempo esteve terrível. Perdemos à volta de 10 saídas. A adesão não é má, o problema é que se metem outros fatores que nós não conseguimos controlar", salientou.

Sara Silveira considera que atualmente a pesca turismo não é muito rentável, mas acredita que tem potencial para crescer no futuro.

"Olhamos como um incentivo, porque realmente queremos que se torne numa atividade comum e que as pessoas vejam que realmente é uma atividade única e que vale a pena", adiantou.

A Associação de Mulheres de Pescadores e Armadores de São Mateus foi a primeira a avançar com o projeto do turismo pesca nos Açores, no entanto, atualmente a atividade é desenvolvida em cinco das nove ilhas dos Açores.

Segundo dados da Secretaria Regional do Mar, em 2011 foram atribuídas apenas duas licenças de pesca turismo na ilha Terceira, enquanto em 2016 o número de licenças subiu para 12, com embarcações nas ilhas Terceira, São Miguel, Pico, São Jorge e Flores.

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