"É uma altura estranha para se fazer um referendo sobre Eutanásia"
Centrista Diogo Feio e o bloquista Luís Fazenda discutiram esta noite esta proposta.
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País Debate
No programa ‘Frente-a-Frente’, da SIC Notícias, Diogo Feio e Luís Fazenda foram convidados a debater a possibilidade de um referendo sobre Eutanásia.
O centrista começou por declarar desde logo que esta é “uma altura estranha para se fazer um referendo”, uma vez que o tema merece discussão aprofundada antes de ser avaliado, e que “há um conjunto de problemas que não são fáceis de determinar”, dando como exemplo o caso das “crianças e inabilitados”.
“Até que medida estamos perante um sofrimento intolerável ou não?” foi uma das questões que Diogo Feio enumerou para sustentar a tese de que este é um tema sobre o qual “a sociedade portuguesa precisa de uma preparação para [posteriormente] discutir o assunto”.
Luís Fazenda, por seu lado, sublinhou que “os cuidados paliativos não dão resposta cabal a todas as situações e não impedem o prolongamento inútil para muitas pessoas que conscientemente decidem não ficar anos e anos num estado vegetativo”. Por isso “circunstâncias” como essas “têm de ser acauteladas”. “É um direito fundamental para as pessoas que não querem prolongar o sofrimento”, defendeu.
Em resposta ao bloquista, Diogo Feio disse que “o essencial é que se abra o debate, mas não dizendo à partida que este será limitado”. “Porque terá de ter um limite? Porque não havemos de chegar à conclusão que daqui a um ano o devemos referendar?”, deixou no ar a sugestão.
Assim sendo, o que não parece justo é “fechar de imediato o tema e dizer que foi muito interessante para a criação de uma iniciativa que os deputados possam levar a debate na Assembleia da República”. Se assim for, “é desde logo assumir uma fragilidade na forma de fazer este debate”, sintetizou o centrista.
Com direito a uma última palavra, Luís Fazenda defendeu que “o referendo é a arma nervosa lançada pelos setores proibicionistas”, explicando logo de seguida aquilo a que se refere: “Aqueles que não querem que haja morte assistida e não haja o direito a morrer com dignidade”.
“Os setores proibicionistas que não fizeram debate nenhum e estão cómodos com a lei, já querem travar o referendo de algum modo”, finalizou.
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