"Acho que esta polémica deve terminar e terminar já. É uma polémica que é estéril, que é completamente desnecessária, despropositada e que se desenvolveu com base em equívocos e pressupostos errados", declarou o deputado, no final de um encontro com o embaixador de Portugal em França, José Filipe Moraes Cabral.

Paulo Pisco defendeu que o caso "acabou por tomar proporções que são embaraçosas para todos os que estão envolvidos, quer para o Estado português, quer para o Estado francês, quer para o próprio Tony Carreira, quer para os conselheiros das comunidades que decidiram fazer declarações e intervir".

O deputado do PS eleito pelo círculo eleitoral da Europa reuniu-se com o embaixador português para falar sobre "assuntos relacionados com a comunidade" e também porque "queria compreender o que se estava a passar com esta polémica em torno do Tony Carreira".

"Acho que o embaixador agiu de acordo com aquilo que devem ser as regras internacionais na relação entre os países e, em primeiro lugar, por respeito à França", declarou, lembrando que "a partir do momento em que o Estado francês atribui uma condecoração reconhecendo o contributo de Tony Carreira para o reforço das relações entre Portugal e França, a regra é que [a atribuição] seja no território do próprio Estado, neste caso na Embaixada [de França] em Lisboa".

A 15 de janeiro, na sua conta Facebook, Tony Carreira queixou-se da recusa da Embaixada de Portugal em Paris em acolher a cerimónia de entrega do grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras - atribuído pelo Estado francês -, o que gerou as mais variadas reações em Portugal e em França.

A 20 de janeiro, o conselheiro das comunidades portuguesas Rui Ribeiro Barata lançou uma petição 'online' a pedir a substituição do Embaixador de Portugal em França e a "exigir uma representação mais ativa, menos desigual e mais próxima para com e de todos os portugueses, em solo francês".

Ainda que Paulo Pisco compreenda "que tenham surgido reações de natureza emotiva", considera que "não é de todo a função dos conselheiros das comunidades" e que "se querem tomar posição sobre uma questão desta natureza deveriam ter um conhecimento mais aprofundado daquilo que são as posições de um embaixador".

"Eu também já fui condecorado pelo Estado do Luxemburgo como Chevalier de l'Ordre de Mérite, em abril passado, e não me passava pela cabeça pedir para que a condecoração me fosse atribuída na embaixada portuguesa do Luxemburgo", acrescentou.

Paulo Pisco vai também participar, esta noite, no jantar do lançamento da associação ALMA - Association des gardien (nes) d'Immeuble à Paris (Associação dos Porteiros de Paris), uma semana depois de a presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo, ter homenageado os porteiros da capital, nomeadamente os quatro portugueses que acolheram os feridos do ataque ao Bataclan, a 13 de novembro.