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Já conhece o papel de palha de arroz? Este é 'made in' Portugal

A palha de arroz que existe em abundância nos campos de cultivo do Baixo Mondego não serve só para alimentar o gado, mas também, em Montemor-o-Velho, para produzir papel de forma artesanal, um projeto único em Portugal.

Já conhece o papel de palha de arroz? Este é 'made in' Portugal
Notícias ao Minuto

07:09 - 18/10/15 por Lusa

País Montemor-o-Velho

"O Centro de Artes do Papel é, de facto, com as suas diversas valências, um centro único no país. Trabalhamos com algumas fibras em que ninguém trabalha, fazemos o papel a partir da palha do arroz que é um material que ninguém está a usar. Penso que seremos, se calhar, os únicos no mundo", disse à agência Lusa Jorge Valente, promotor do projeto.

A ideia, diz, "é utilizar técnicas que já estão em desuso, ou em vias disso, e explorá-las numa linguagem contemporânea para fins artísticos".

O processo de produção das folhas de papel, totalmente artesanal, dura várias horas, desde a cozedura da palha de arroz até à secagem do produto final: a palha de arroz, misturada com água, é primeiro cozida e depois lavada, até ficar a desfazer-se e, em seguida, triturada com uma varinha mágica gigante.

Este processo resulta numa pasta húmida, depois novamente diluída em água e acondicionada numa rede (incluída numa estrutura em madeira) com que se fazem as folhas, ao tamanho e gramagem que se quiser, antes de serem postas a secar, num estendal, como se de peças de roupa se tratasse.

"Fazemos o papel à medida daquilo que quisermos. Se pretendemos um papel mais fino, mais grosso, mais ou menos texturado, tudo isso é possível de fazer sem problema. A espessura é controlada com a quantidade de pasta que diluímos na água", explicou Jorge Valente.

O centro, instalado no chamado Quarteirão das Artes, junto ao castelo, reúne, para além da produção artesanal de papel, outras valências como a ilustração, encadernação, origami e marmoreado, esta uma técnica que consiste em aplicar a tinta sobre uma superfície liquida, formar um desenho e depois transferi-lo para o papel, resultando numa obra única e irrepetível.

"Não se consegue repetir o mesmo papel. Cada papel é sempre original, único e exclusivo e é isso que dá beleza à arte", afirmou Luciene Favero, artista plástica que encontrou no papel artesanal produzido "com tanto carinho" por Jorge Valente uma mais-valia para o trabalho do marmoreado.

À Lusa, Emílio Torrão, presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, frisou que a autarquia tem "acarinhado fortemente" o projeto do Centro de Artes do Papel.

"É um projeto altamente inovador e contém uma utilização muito interessante da palha do arroz, um recurso que temos em grande quantidade no Baixo Mondego. E para além da feitura do papel, tem um conjunto de atividades associadas interessantíssimas que, para o município, são de apoiar incondicionalmente", sustentou.

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