"Recurso tem bons fundamentos. Vai resultar"
À saída do Campus de Justiça, em Lisboa, o advogado João Araújo foi questionado pelos jornalistas depois de apresentar o recurso da prisão preventiva de José Sócrates. Para o advogado, o "recuro tem ótimos fundamentos e vai resultar".
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País João Araújo
O advogado do antigo primeiro-ministro, João Araújo, entregou o recurso da prisão preventiva de José Sócrates, dizendo acreditar que tem "ótimos fundamentos" e que "vai resultar".
Quando questionado sobre o processo em si, João Araújo indicou que o "presidente do Conselho Distrital não permite que fale". "Não posso falar sobre o processo", afirmou.
Ainda sobre a possibilidade de Sócrates, que é suspeito de crimes de corrupção passiva e branqueamento de capitais, ir passar o Natal a casa, João Araújo disse não saber se é possível, visto que o recurso pode demorar um mês a ser apreciado.
Recurso deu entrada 29 dias após a detenção
Nos últimos 29 dias, a grande maioria dos quais passados no Estabelecimento Prisional de Évora, onde tem recebido quase diariamente a visita de amigos e colegas de partido, incluindo do antigo Chefe de Estado Mário Soares, Sócrates optou por se "defender publicamente", tendo escrito cartas a vários orgãos de comunicação social em que clama inocência.
Sócrates está indiciado, no âmbito da "Operação Marquês", pela prática de fraude fiscal qualificada, corrupção e branqueamento de capitais, com o seu advogado, João Araújo, a declarar que os investigadores nem sequer apresentaram os factos que consubstanciam o crime de corrupção imputado ao ex-chefe do governo.
Em causa, segundo os investigadores, estará a ocultação ilícita de património e transferências financeiras que envolvem o empresário e amigo de longa data Carlos Santos Silva, também preso preventivamente, à semelhança de João Perna, motorista de Sócrates, que alegadamente terá transportado dinheiro para entregar a Sócrates, em Paris.
O juiz de instrução justificou a prisão preventiva de Sócrates com risco de fuga e perigo de perturbação de inquérito, pressupostos rebatidos pelo advogado João Araújo que refuta que Sócrates tenha pensado em fugir para o Brasil, apesar de ter marcada uma viagem de trabalho em finais de novembro, ao serviço de uma empresa farmacêutica.
Antes do recurso a contestar a medida de coação e a invocar nulidades, o qual será apreciado pelo Tribunal da Relação de Lisboa, três cidadãos interpuseram no Supremo Tribunal de Justiça pedidos de 'habeas corpus' para a libertação imediata de Sócrates, mas aquele tribunal superior apenas apreciou e rejeitou o primeiro, tendo-o rejeitado por "falta de fundamento legal".
Os restantes dois não foram admitidos para apreciação por irregularidades na forma e falta de legitimidade em agir, respetivamente.
Sócrates, de 57 anos, divorciado e com dois filhos, foi secretário-geral do PS, de setembro de 2004 a julho de 2011 e primeiro-ministro de março de 2005 a junho de 2011.
Depois de abandonar a chefia do Governo, foi viver e estudar Filosofia para Paris. Nos últimos tempos fazia um comentário semanal na RTP-1, rivalizando tempos de antena com Marcelo Rebelo de Sousa (PSD) na TVI.
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