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CML reúne-se sobre Elevador da Glória. Vem aí fundo de apoio e memorial

A autarquia vai hoje reunir-se sobre o descarrilamento do Elevador da Glória. Segundo o vice-presidente da autarquia, em cima da mesa vão estar vários pontos, entre os quais medidas de apoio às vítimas e familiares das vítimas, uma homenagem ao guarda-freio e uma "avaliação para o futuro" do ascensor.

CML reúne-se sobre Elevador da Glória. Vem aí fundo de apoio e memorial

© REUTERS/Pedro Nunes

Natacha Nunes Costa
08/09/2025 09:40 ‧ há 4 semanas por Natacha Nunes Costa

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) reúne-se esta segunda-feira, 8 de setembro, por causa do descarrilamento do Elevador da Glória, que provou 16 mortes e mais de 20 feridos.

 

A notícia avançada pela RTP foi, entretanto, confirmada pelo vice-presidente da autarquia. 

O trágico acidente é o único assunto em cima da mesa da reunião extraordinária proposta pela CDU e convocada por Carlos Moedas.

A partir dos Paços do Concelho, Filipe Anacoreta Correia revelou que o executivo camarário pretende com esta reunião não só criar um "fundo de apoio municipal às vítimas", como "homenagear" o guarda-freio, André Marques, com "a atribuição do seu nome a uma rua" da capital, assim como criar "um memorial coletivo".

A autarquia pretende também criar um "portal da transparência", com o objetivo de "disponibilizar toda a informação, todos os documentos que neste âmbito seja solicitados" e fazer uma "avaliação para o futuro, constituindo uma equipa para a conceção do novo sistema tecnológico deste elevador".

A reunião extraordinária começa às 9h30 da manhã e vai ser fechada à comunicação social.

Carlos Moedas debaixo de fogo, mas recusa demitir-se

A reunião ocorre horas depois de Carlos Moedas ter dado a primeira entrevista após o trágico acidente do Elevador da Glória.

Na antena da SIC Notícias, o autarca não só admitiu que não se iria demitir -  a menos que se conclua que houve " erro político" - como recusou comparar a tragédia do Elevador da Glória à queda da ponte de Entre-os-Rios, afirmando que nesse caso o antigo ministro socialista, Jorge Coelho, - que se demitiu na altura - "tinha recebido informações sobre problemas de manutenção naquela ponte". Algo que, garantiu, não aconteceu consigo em relação ao ascensor que ligava o Bairro Alto aos Restauradores.

A entrevista gerou várias reações, da Esquerda à Direita, com muitos a acusarem-no de fazer política (e se defender) através da "vitimização" e do "ataque pessoal".

Já o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, antes da entrevista, em comentário ao relatório preliminar sobre o acidente, considerou que Carlos Moedas, tem "responsabilidade política" sobre o acidente no Elevador da Glória, porém, observou que não faz sentido falar em demissão a um mês de eleições autárquicas.

Primeiro relatório sobre o acidente

No sábado, o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) revelou - no primeiro relatório sobre o acidente do Elevador da Glória - que os investigadores concluíram que o cabo do ascensor cedeu no ponto de fixação.

O documento explica que elevador da Glória fazia um percurso de 276 metros, em pouco mais de um minuto, a uma velocidade máxima de 11,5 quilómetros por hora.

Na quarta-feira, 3 de setembro, as duas cabines iniciaram a viagem às 18h03. Tinham ambas percorrido seis metros, quando falhou a ligação do cabo às composições.

A cabine que estava subir a calçada da Glória, recuou de forma brusca. A outra continuou a descer e ganhou velocidade, acabando por descarrilar na curva à direita e embater na esquina de um edifício.

Revela o relatório que, na altura do embate, a cabine que tinha saído do Bairro Alto seguia a cerca de 60 km/h, quase seis vezes mais do que o normal e que tudo aconteceu em menos de 50 segundos.

Ainda segundo o documento, o guarda-freio da Carris, que morreu no acidente, acionou os dois sistemas de travagem, mas nenhum funcionou.

Conclui também este primeiro relatório sobre o descarrilamento do Elevador da Glória que, numa inspeção visual como a que aconteceu naquele dia de manhã, não era possível ter detetado a falha do cabo que provocou 16 mortes e mais de 20 feridos.

Ferida repatriada para país de origem

Também este fim de semana soube-se que uma das mulheres feridas no descarrilamento, que se encontrava internada no Hospital de São José desde a passada quarta-feira, foi transferida para uma unidade hospitalar do país de origem.

Da situação pouco se sabe, à Lusa, fonte da Unidade Local de Saúde (ULS) São José disse apenas que a situação clínica da doente em questão "já se encontra estabilizada", pelo que pode ser repatriada para uma instituição hospitalar no seu país de origem.

Casal canadiano morreu no último dia de férias

Também nos últimos dias surgiram mais informações sobre as vítimas mortais e foram conhecidas a maior parte das suas identidades.

Além das cinco vítimas portuguesas - guarda-freio, André Marques, e quatro funcionários da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa: Pedro Trindade, Ana Paula Lopes, Alda Matias, Sandra Coelho - há seis de nacionalidades estrangeiras.

André Bergeron e Blandine Daux, casados há mais de vinte anos e com dois filhos, estavam no último dia de férias em Portugal quando decidiram andar no Elevador da Glória. Eram arqueólogos de renome no Canadá e acabaram por perder a vida no descarrilamento de quarta-feira.

A norte-americana, Heather Hall era professora na Universidade de Charleston, Carolina do Sul, e, à semelhança da maior parte das restantes vítimas estrangeiras, estava apenas de visita a Portugal. 

Por sua vez, Kayleigh Smith, de 36 anos, e William Nelson, de 44, estavam a terminar o seu primeiro dia de férias na capital portuguesa quando decidiram apanhar o Elevador da Glória, naquela que acabou por ser a sua última viagem.

Entre as vítimas de nacionalidade estrangeira que perderam a vida no trágico acidente de 3 de setembro, está também um cidadão ucraniano, de 54 anos, que vivia em Portugal ao abrigo do regime de proteção para refugiados da guerra. Sobre ele não se sabe o nome, sabe-se apenas que residia há vários anos em Lisboa.

No acidente morreram ainda dois cidadãos sul-coreanos, um suíço, um francês e mais um cidadão britânico, cujas identidades foram, pelo menos para já, divulgadas.

Leia Também: "Vitimização" ou "serenidade"? Reações políticas à entrevista de Moedas

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