"O resultado da segunda análise feita na manhã de 14 de agosto mostrou resultados compatíveis com a prática balnear", adianta a autarquia em comunicado.
A praia tinha sido interditada a banhos no final da tarde de quinta-feira, após uma análise de rotina da Agência Portuguesa de Ambiente (realizada na terça-feira e com resultados dois dias depois) ter revelado parâmetros alterados.
"Logo no mesmo dia foi recolhida nova amostra de água para análise, cujos resultados conhecidos hoje apresentam resultados compatíveis com a prática balnear", refere a autarquia.
A Praia do Ouro tem Bandeira Azul, Bandeira Qualidade de Ouro e as suas águas têm tido resultado "Excelente" desde 2011.
Deste modo, salienta a autarquia, só uma descarga direta no mar poderá ter originado um resultado assim.
Na segunda-feira, a Câmara Municipal de Sesimbra vai solicitar uma reunião, com caráter de urgência, com a SIMARSUL, a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra e a Docapesca para esclarecer a situação e garantir que situações como as ocorridas não se venham a repetir.
Na quinta-feira, em declarações à agência Lusa, o presidente da autarquia, Francisco Jesus, disse que assim que foi informado do caso contactou a SIMARSUL - Saneamento da Península de Setúbal, S.A, responsável pela gestão e exploração do sistema multimunicipal de saneamento de águas residuais da península de Setúbal, tendo apurado que foram feitas duas descargas diretas para o mar, sem tratamento, em 01 e 08 de agosto (duas sextas-feiras).
Francisco Jesus disse ainda estar indignado com a situação, particularmente por as "descargas terem sido apenas participadas à APA por 'email' nas segundas-feiras seguintes", nos dias 04 e 11 de agosto.
"Isto é inadmissível. Numa zona balnear serem feitas duas descargas a duas sextas-feiras, que sabemos que podem pôr em causa a qualidade das águas, e serem apenas comunicadas três dias depois, numa segunda-feira, sem haver um telefonema. Isto foi tratado com uma leviandade e com um sentido de irresponsabilidade brutal", disse o autarca.
O autarca frisou que se o assunto tivesse sido tratado desde o momento das descargas para o oceano, que terão sido efetuadas por questões de funcionamento da ETAR, teria havido maior controlo das águas.
"Não sabemos se existe uma relação causa-efeito, mas, na verdade, pode ter", disse, adiantando que as descargas são feitas no oceano e não na praia, mas com as marés poderão ter atingido a zona.
Uma das descargas, salientou, foi de 500 metros cúbicos.
"É muita água não tratada", disse Francisco Jesus.
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