O incêndio que começou na madrugada de hoje na freguesia de Piódão, estendeu-se à freguesia de Pomares, constituída por 12 aldeias, parte das quais está diretamente na linha de fogo, embora existam meios dos bombeiros nessas localidades.
O presidente da Junta de Freguesia de Pomares, Amândio Dinis, disse à agência Lusa, pelas 13h30, que uma das frentes de chamas evoluiu do Piódão para as encostas junto das localidades de Porto Silvado e Sobral Magro: "Estão lá muitos bombeiros e essa parte [da defesa das povoações] está controlada, há é muito fumo. Em Sobral Magro ardeu tudo à volta, mas a aldeia está salvaguardada", indicou.
O autarca disse ainda que, por precaução e devido principalmente ao fumo, foram retirados de casa moradores das localidades de Porto Silvado e Vale do Torno. Na freguesia, na zona do incêndio, existem mais povoações - Soito da Ruiva, Gramaça e Sobral Gordo, entre outras -- que se encontram, aparentemente, a salvo das chamas.
"No Sobral Gordo o incêndio está a arder lá em cima [na encosta] mas devagarinho. O problema maior é o fumo, é muito fumo e muitas das pessoas são idosas, e têm sido retiradas por causa do fumo", enfatizou.
Por outro lado, Amândio Dinis notou que o fumo, nas zonas de vales encaixados entre encostas escarpadas da serra do Açor, tem dificultado ou mesmo impedido a atuação dos meios aéreos.
O incêndio que começou na encosta acima da aldeia histórica do Piódão, por volta das 05h00 de hoje - com alegada origem numa descarga elétrica da trovoada que ocorreu naquela zona do interior do distrito de Coimbra - estendeu-se igualmente à zona florestal junto das localidades de Chãs de Égua e Foz de Égua, onde também foram retiradas pessoas das suas habitações.
O presidente da Junta de Freguesia do Piódão, José Lopes, explicou que estes moradores foram deslocalizados para o centro social de Vide, já no concelho de Seia, distrito da Guarda, localidade situada a nordeste, a cerca de 10 quilómetros, por estrada, do Piódão.
"São pessoas mais idosas e mais debilitadas, que foram retiradas para as salvaguardar", frisou o autarca.
No caso concreto do Piódão, e ainda segundo José Lopes, há meios dos bombeiros dentro da aldeia histórica e em zonas circundantes, e, por causa das cinzas e do fumo, algumas pessoas foram abrigadas na igreja matriz.
"A faixa de segurança em redor da aldeia que andámos a fazer é que talvez ajude a salvaguardar as casas e o património. De resto, em termos florestais, vai ficar tudo queimado", lamentou o presidente da junta.
Segundo a página de internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, pelas 14h00 as chamas em Arganil estavam a ser combatidas por 492 operacionais, apoiados por 153 viaturas e cinco meios aéreos.
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