Os arguidos, com idades dos 20 aos 59 anos, residentes na Margem Sul, estão acusados de dois crimes de roubo agravado e um de detenção de arma proibida. Um dos elementos responde, ainda, por dois crimes de condução sem habilitação legal.
No despacho de acusação ao qual a agência Lusa teve acesso, o Ministério Público (MP) refere que, em data não apurada, mas antes de 28 de agosto de 2024, os arguidos, dois dos quais irmãos, "em concertação de esforços, decidiram apropriar-se de bens com valor que se encontrassem expostos em ourivesarias", recorrendo à intimidação com armas de fogo e força física.
Para tal, usaram um carro alugado numa empresa com loja no aeroporto de Lisboa, sendo o contrato titulado por um dos arguidos.
Em 28 de agosto, os restantes três arguidos deslocaram-se na viatura a Fátima, onde, pelas 18h57, se dirigiram a uma ourivesaria.
Segundo o MP, dois dos suspeitos, vestidos com roupas pretas, camisolas com gorros, passa montanhas e luvas, munidos de um revólver e um martelo, entraram na loja, tendo o terceiro elemento ficado no carro.
Na loja, da qual levaram artigos de milhares de euros e dinheiro da caixa, encontravam-se duas funcionárias às quais foi apontada a arma de fogo.
O despacho do MP relata outras duas deslocações (14 e 17 de setembro) a Fátima, na mesma viatura conduzida por um dos arguidos, que abrandou ao passar por ourivesarias.
O segundo assalto ocorreu na manhã de 18 de setembro, noutra ourivesaria, onde estavam os proprietários e outra pessoa, alegadamente cometido pelos mesmos três arguidos, que se apresentaram com as caras escondidas por capuzes, boné e usavam luvas.
Um deles apontou uma arma ao proprietário, momento em que a outra pessoa gritou por socorro. Foi empurrada por um dos arguidos e bateu com a cabeça num pilar da montra, descreve o despacho.
O terceiro suspeito, com um martelo, partiu uma vitrina e um móvel, tendo os homens levado dezenas de artigos, no valor de cerca de 16.500 euros.
Já no carro, os três arguidos, detidos preventivamente, seguiram em direção a Lisboa e entraram na Ponte 25 de Abril (liga a capital a Almada), que tinha parte do tabuleiro encerrada pela Polícia de Segurança Pública e Polícia Judiciária.
Ao aperceber-se da presença policial, um dos suspeitos saiu do veículo, levando um saco (continha luvas, boné, revólver, quatro munições e artigos roubados da ourivesaria) que tentou atirar ao rio Tejo. O saco caiu na grelha da ponte.
Já o condutor acelerou o carro, para tentar sair do local, mas embateu noutros veículos que estavam parados.
Dado que a viatura ficou impossibilitada de circular, os arguidos abandonaram-na e tentaram abrir as portas de outras, sem sucesso, e acabaram detidos, relata o MP.
No carro, estavam ainda outros artigos roubados neste segundo assalto, assim como o martelo, de acordo com o MP, que pede que seja declarada perdida a favor do Estado a quantia de quase 40 mil euros, "vantagens económicas que os arguidos obtiveram" com o roubo de agosto.
O julgamento, por um tribunal coletivo, está agendado para 08 de setembro, às 09h30, no Tribunal Judicial de Santarém.
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