Em 2023, foram registados 184.607 acidentes de trabalho em Portugal, menos 15 face aos 184.622 registados em 2022.
Deste total, 136 resultaram em vítimas mortais, isto é, um decréscimo de 3,5% face aos 141 registados no período homólogo, segundo a síntese elaborada pelo GEP do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social divulgada na terça-feira.
Isto significa que a taxa de incidência foi de 2,7%, inferior aos 2,9% registados em 2022 e dos 2,8% em 2021.
"No entanto, no total dos acidentes assistimos a um aumento da sinistralidade laboral mais grave, comprovado com o crescimento do número total de dias de trabalho perdidos em 5,1% o que resultou no aumento da média de dias de trabalho perdidos por acidente de trabalho (38,6)", lê-se.
No que respeita à atividade económica, os dados revelam que um terço (30,1%) dos acidentes de trabalho ocorreram no setor da construção e 23% na indústria transformadora.
Face à população exposta ao risco, o setor onde a sinistralidade teve maior impacto foi o da construção "com 8.365,9 acidentes por cada 100.000 trabalhadores". E também nos que resultaram em morte também este setor foi o mais afetado, com "11,6 acidentes por 100.000 trabalhadores".
Os dados revelam ainda que a maioria dos acidentes de trabalho, bem como das mortes associadas a esses acidentes aconteceram em empresas com entre um e 49 trabalhadores (47% e 66,9%, respetivamente).
"No interior do estabelecimento ocorreram 73,3% do total de acidentes e 41,2% dos acidentes com consequência mortal no exterior do estabelecimento", aponta a síntese, que indica ainda que quase um terço dos acidentes (27,3%) ocorreram em março, maio e julho e que um pouco mais de um quinto (22,4%) entre as 10:00 e as 11:00.
Do total dos mais de 184 mil acidentes de trabalhos registados em 2023, 52,3% provocaram feridas e lesões superficiais, enquanto 38,2% provocaram lesões nas extremidades superiores.
Já no que toca aos acidentes com consequência mortal, 58,1% provocaram lesões múltiplas, enquanto 68,4% provocaram lesões no corpo inteiro.
Por faixa etária, "dos sinistrados para os quais se conhece a idade à data do acidente, 49,2% tinham entre os 35 e os 54 anos, sendo o escalão mais afetado o do 45 aos 54 anos", enquanto nos que toca especificamente às vítimas mortais 56% tinham entre 45 e 64 anos, sendo o escalão mais afetado o do 45 aos 54 anos.
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