Instalada na zona histórica de Lisboa desde 1890, a Ginjinha Sem Rival tinha ordens para fechar portas no final do mês de junho, data em que terminava o contrato de arrendamento, após oposição à renovação por parte do senhorio.
O prédio onde funciona a Ginjinha é detido pelo empresário alemão Axel Gassnann, que instalou no edifício um hotel.
Em declarações à agência Lusa, o gerente da Ginjinha Sem Rival, Nuno Gonçalves, assegurou que o estabelecimento irá continuar a funcionar e que o diferendo com o senhorio será resolvido pelos tribunais.
"Para já, está tudo tranquilo. É um dia de trabalho normal. Quando formos notificados, iremos combater o despejo", afirmou.
Nuno Gonçalves contou ainda que, entretanto, o senhorio deixou de atender as chamadas do vereador da Câmara Municipal de Lisboa responsável pelas Lojas Históricas, Diogo Moura, que tem estado a mediar este conflito.
Por seu turno, contactado pela Lusa, fonte oficial da Europe Hotels International (EHI), detentora do prédio da Ginjinha Sem Rival, confirmou apenas que irão "utilizar a justiça para reivindicar os seus direitos".
"Vamos agir legalmente para fazer valer os nossos direitos. É a única coisa que podemos dizer neste momento", sublinhou a mesma fonte, escusando-se a dar prazos.
Há uma semana, em declarações à Lusa, o vereador da Câmara Municipal de Lisboa Diogo Moura reconheceu os limites da sua intervenção numa disputa entre privados, mas assegurou estar a fazer tudo o que a lei permite para evitar o fecho da Ginjinha Sem Rival, disponibilizando-se para ter uma intervenção jurídica, caso o diferendo avance para os tribunais.
A Ginjinha Sem Rival, criada em 1890, é uma das 162 lojas distinguidas pela Câmara e Lisboa no âmbito do programa Lojas com História, criado com o objetivo de proteger estabelecimentos emblemáticos da cidade.
A legislação em vigor garante proteção dos contratos até ao final de 2027, sendo esse o entendimento tanto da gerência da Ginjinha Sem Rival, como da Câmara Municipal de Lisboa.
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