"O momento mais difícil para mim foi a 'troika'. Não quero recordar"

Carlos Moedas falou sobre a sua vida profissional e abordou o momento mais difícil desse percurso. Nos tempos da 'troika', recorde-se, era secretário de Estado de Pedro Passos Coelho, na altura primeiro-ministro.

Carlos Moedas, Lisboa,

© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images)

Carmen Guilherme
21/06/2025 18:39 ‧ há 3 horas por Carmen Guilherme

País

Carlos Moedas

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, confessou que tinha dúvidas de que poderia vencer as eleições autárquicas de 2021 e admitiu ainda que "o momento mais difícil" da sua vida profissional foram os tempos da 'troika', quando era secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro no XIX Governo Constitucional. 

 

Estas confissões foram partilhadas pelo autarca numa entrevista ao programa 'Alta Definição', da SIC. 

"O momento mais difícil para mim foram os momentos da 'troika'. Daqueles momentos que não quero recordar ou já não quero sequer falar muito porque foram muito difíceis", lembrou Carlos Moedas. 

"Nós tínhamos de fazer aquilo e tínhamos de dar a volta ao país. E esses momentos foram momentos mesmo muito difíceis", admitiu o social-democrata, recordando assim os tempos enquanto secretário de Estado de Pedro Passos Coelho (2011-2014).

Segundo Carlos Moedas, os seus filhos "sofreram à volta disso". "'O teu pai é que está a fazer isto'. As pessoas são muito duras mesmo, às vezes, com as crianças", apontou. 

Já ao recuar a 2021, quando conquistou a presidência da Câmara de Lisboa com a coligação 'Novos Tempos' (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), que foi um "momento quase de choque". admitiu 

"Tudo muda. Eu acreditava, mas às tantas, naquela noite, também já não sabia se devia acreditar ou não, porque ninguém acreditava", disse. "O primeiro sentimento que nós temos, não é sentimento de alegria, é um sentimento de responsabilidade. E lembro-me bem que tinha um discurso feito para o caso de perder - que era um ótimo discurso - mas não tinha discurso para ganhar", confessou. 

Na mesma entrevista, Carlos Moedas contou ainda que a crítica lhe "dói" e "incomoda" e rejeita qualquer "vaidade" no cargo que tem. "Mesmo que essa vaidade acontecesse, ela acaba quando eu for ali à rua", disse. "As pessoas têm uma ideia tão errada daquilo que é a vida, hoje, de um presidente de câmara. A vida de um presidente de câmara é no duro, todos os dias", afirmou.

O social-democrata, ex-comissário europeu, considerou ainda que no mundo atual para "fazer política com seriedade é preciso gostar muito". "O preço pessoal é demasiado grande", sublinhou. 

De recordar que Carlos Moedas é natural de Beja e mudou-se para Lisboa aos 18 anos para estudar Engenharia Civil no Instituto Superior Técnico. Viveu em Paris e estudou também na Harvard Business School. 

Moedas foi eleito presidente da Câmara Municipal de Lisboa em 2021, com 34,25% dos votos, 'roubando' a autarquia da capital ao PS, que era liderada por Fernando Medina. Na altura, ao apresentar a sua candidatura, disse que o seu "projeto de vida" era "ser presidente da Câmara Municipal de Lisboa". 

Moedas 'conquistou' Lisboa ao PS. Os resultados das autárquicas em Lisboa

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O social-democrata Carlos Moedas foi eleito presidente da Câmara Municipal de Lisboa, com 34,25% dos votos, nas eleições autárquicas de domingo, 'roubando' a autarquia ao PS, que liderou o executivo autárquico da capital nos últimos 14 anos.

Lusa | 06:02 - 27/09/2021

Passados estes anos e com novas eleições autárquicas à porta, Carlos Moedas não abriu o jogo e não esclareceu se irá recandidatar-se à Câmara Municipal de Lisboa.

Leia Também: "Violência é inaceitável". Moedas alia-se a atores (e reforça pedido)

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