O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, assumiu, esta quarta-feira, ter-se aliado aos atores da companhia de teatro A Barraca, em Lisboa, na sequência das agressões levadas a cabo por um grupo de extrema-direita contra um dos artistas, na noite de terça-feira.
“Juntei-me, em solidariedade, aos atores do teatro A Barraca após a agressão a um dos membros do elenco. A violência é inaceitável”, escreveu o responsável, na rede social X (Twitter).
Carlos Moedas reforçou ainda “o pedido já feito ao Ministério da Administração Interna”, para que sejam mobilizados “mais polícias na cidade” e seja feita uma “revisão das zonas prioritárias para videoproteção”.
Recorde-se que o ator foi agredido quando entrava para um espetáculo com entrada livre de homenagem a Camões, disse a diretora da companhia, Maria do Céu Guerra.
Juntei-me, em solidariedade, aos atores do Teatro A’Barraca após a agressão a um dos membros do elenco. A violência é inaceitável. Reforço o pedido já feito ao MAI: mais polícias na cidade e revisão das zonas prioritárias para videoproteção.https://t.co/1yKHgj9iDk
— Carlos Moedas (@Moedas) June 11, 2025
Em declarações à Lusa, a também atriz Maria do Céu Guerra contou que, foi por volta das 20h00, estavam os atores a chegar ao Cinearte, no Largo de Santos, quando se cruzaram à porta "com um grupo de neonazis com cartazes, programas", com várias frases xenófobas, que começaram por provocar uma das atrizes.
"Entretanto, os outros atores estavam a chegar. Dois foram provocados e um terceiro foi agredido violentamente, ficou com um olho ferido, um grande corte na cara", afirmou a também encenadora, de 82 anos, que disse que o ator em causa teve de receber tratamento hospitalar.
Fonte da Polícia de Segurança Pública (PSP) adiantou à Lusa que foi chamada pelas 20h15 ao Largo de Santos por "haver notícia de agressões", onde foi contactada por um homem de 45 anos, que "informou que, ao sair da sua viatura pessoal, foi agredido por um indivíduo".
A PSP, com as características do eventual suspeito fornecidas pelo ofendido e por um seu amigo, encetou várias diligências nas ruas adjacentes ao Largo de Santos, tendo sido possível localizar e intercetar um homem com 20 anos, suspeito de ser o autor da agressão, adiantou a mesma fonte.
A PSP identificou os intervenientes neste caso - suspeito, ofendido e testemunha - e vai comunicar todos os factos apurados ao Ministério Público.
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