"A minha presidência foi orientada por três objetivos claros e objetivos. Em primeiro lugar, contribuir para tornar a Europa mais justa e mais forte. Mais justa para garantir que todos participam e beneficiam da União Europeia, e mais forte porque procurámos reforçar a sua ligação às comunidades locais e regionais e, assim, reforçar a sua ligação aos cidadãos", afirmou à Lusa numa resposta escrita.
O primeiro português a presidir ao Comité das Regiões Europeu disse que assegurou "que a voz das regiões e dos municípios se manifestasse e fosse ouvida".
Para Vasco Cordeiro, a sua presidência procurou "reformas nos domínios da agricultura, habitação, igualdade de género, política industrial e integração", ao mesmo tempo que se manteve fiel "à missão do Comité das Regiões Europeu, que consiste em adaptar as políticas europeias às realidades territoriais".
Apostou numa política de coesão "renovada e reforçada", que considera a "mais importante política de investimento da União Europeia" como "um instrumento fundamental para a solidariedade no progresso em todas as regiões".
"Procurámos elevar o perfil político do Comité das Regiões. O CdR é cada vez mais uma verdadeira assembleia política dos poderes subnacionais europeus e, a começar pelo princípio da subsidiariedade, há muitos e bons fundamentos para que o seu papel e a sua participação no processo europeu seja reforçada", adiantou.
Vasco Cordeiro revelou que a sua equipa envolveu milhares de autarcas e líderes regionais de toda a Europa e do mundo, nomeadamente durante a Cimeira das Regiões e dos Municípios, realizada em março de 2024, em Mons, Bélgica, e alcançou "novas pontes para outros continentes, nomeadamente, para os Estados Unidos e o Brasil".
"O próximo presidente do Comité das Regiões Europeu herda uma assembleia política reforçada, uma vez que lançamos as bases para iniciativas ainda mais fortes e impactantes para todas as regiões e municípios", elencou.
Um dos desafios que considera essencial é "preparar o próximo orçamento de longo prazo da União Europeia e também os futuros alargamentos, defendendo a política de coesão e mantendo-a no seu centro".
A 164.ª Sessão Plenária, que decorre nos dias 19 e 20, em Bruxelas, e assinala o fim do mandato de Vasco Cordeiro e a eleição do novo presidente e vice-presidente, contará com a presença do presidente do Conselho Europeu, António Costa, "um forte sinal de que está disposto a colaborar com o Comité das Regiões Europeu", conhecendo a "importância de colaborar com as regiões e os municípios para alcançar os vários objetivos da UE, como as transições ecológica e digital", apontou Vasco Cordeiro.
Na agenda constam vários debates, entre os quais com o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Raffaele Fitto, responsável por apresentar a proposta de uma nova política de coesão.
O comissário Dan Jørgensen abordará temas centrais, como a habitação e a energia.
Vasco Cordeiro revela que será atribuído ao presidente da Câmara de Kyiv, Vitaly Klistschko, o 'Prémio Pawel Adamowicz', "que reconhece a coragem e a excelência, em homenagem ao antigo presidente da Câmara de Gdansk, assassinado há mais de cinco anos".
"Trata-se de um reconhecimento de todo o trabalho levado a cabo diariamente pelos presidentes de câmara na Ucrânia, alguns ainda cativos das forças russas, para apoiar as suas comunidades", explicou.
O júri do 'Prémio Pawel Adamowicz' atribuiu também uma menção honrosa a Bassam Aramin e Ramin Elhanan, líderes comunitários palestiniano e israelita, "pelos seus esforços no sentido da reconciliação e da paz entre as suas comunidades".
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