Marcelo Rebelo de Sousa falava em resposta a perguntas dos jornalistas num hotel de Cuenca, Equador, onde se encontra para participar na 29.ª Cimeira Ibero-Americana.
Interrogado se o debate entre o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, e o PS sobre as despesas militares de Portugal comunicadas à NATO prejudica a posição de Portugal nesta organização, o chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas começou por responder que não iria comentar "o que se passa no parlamento".
"Mas sabem como eu entendo que, em matéria de organizações internacionais, deve haver uma continuidade. Quer dizer, os presidentes mudam, os primeiros-ministros mudam, os governos mudam, as linhas políticas são as mesmas. E, havendo divergências, essas divergências são geridas internamente, sem repercussão externa", acrescentou.
Por outro lado, a comunicação social perguntou a Marcelo Rebelo de Sousa o que espera da futura administração norte-americana de Donald Trump em termos de defesa e diplomacia.
O Presiente da República respondeu que "os Estados Unidos da América têm de fazer uma opção" quanto à relação transatlântica, que tem efeitos na Rússia e na China.
"Se querem dar força a essa relação, isso significa que é bom para os Estados Unidos da América e é bom para a Europa. É mau, por exemplo, para a Federação Russa e para a China", considerou.
"Se não querem dar força a essa relação, objetivamente, é mau para a Europa, muito mau. É mau para os Estados Unidos, por muito que pensem que não é, é mau, a Europa é um parceiro fundamental. E é boa notícia para a Federação Russa e para a China", contrapôs.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "a Europa já fez a opção, que é: defende a relação com os Estados Unidos, a relação transatlântica".
"Os Estados Unidos da América é que têm de optar, nesta nova administração, se querem ou não dar força a essa relação", reforçou.
Nesta ocasião, o chefe de Estado foi também questionado sobre a situação política na Madeira, mas apenas referiu que na Assembleia Legislativa Regional "hoje o plenário confirmou o adiamento" da votação da moção e censura para 17 de dezembro, tornando o "calendário mais lento".
"É um calendário mais lento, de um mês e tal. O que significa que o que se vier a passar ou não depois também fica adiado mais um tempo", assinalou.
[Notícia atualizada às 15h40]
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