Cirurgiões gerais nas urgências de ginecologia/obstetrícia? "Inaceitável"
O Sindicato Independente dos Médicos alertou para o "risco para a segurança de todos".
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País Saúde
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) alertou, esta sexta-feira, para o "risco para a segurança de todos que é "a mera referência à necessidade de um cirurgião geral para justificar condições num serviço de urgência de ginecologia/obstetrícia", uma realidade que é "desde logo absolutamente inaceitável".
"O SIM manifesta enorme preocupação com a adoção destas medidas e compromisso da segurança das grávidas e demais utentes, assim como a dos médicos da especialidade de ginecologia/obstetrícia", lê-se em comunicado enviado às redações, no qual o sindicato diz que "embora os defensores dessas novas diretrizes argumentem que se aplicam apenas a 'situações excecionais', a realidade tem demonstrado que essas exceções são muitíssimo frequentes, tornando-se portanto a nova norma".
Refere-se o SIM à notícia de que o mais recente plano de contingência para fazer frente às dificuldades nas urgências de ginecologia/obstetrícia inclui a integração de cirurgiões gerais nas equipas, em situações de emergência, segundo o semanário Expresso.
Para o SIM, "esta decisão enviada pelo Ministério da Saúde às administrações, mas, aparentemente, congeminada algures por outrem, agrava muitíssimo as já difíceis condições de trabalho dos médicos nas urgências", questionando-se o sindicato de seguida: "Quem assume o impacto desta nova realidade?"
"À partida", responde logo de seguida, "não vão ser os criadores destes regulamentos, nem os administradores que ordenarem a abertura das urgências nestes moldes", mas sim "o único médico Ginecologista/Obstetra que estará sozinho a dar a cara numa urgência aberta".
"Em vez de melhorar as condições para os médicos que com muito esforço pessoal e familiar têm suportado esta situação já difícil, observa-se um agravamento das circunstâncias. Esta é mais uma razão para aumentar a saída dos médicos que ainda se mantêm a trabalhar no SNS e que fazem ainda trabalho de urgência nas maternidades", conclui o SIM.
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