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Pais temem que manuais digitais atrasem aprendizagem

Pais alertam para falhas na aprendizagem de alunos que estudam através de manuais digitais, em escolas onde não há tomadas suficientes nas salas para carregar os computadores ou informáticos para ajudar quando algo falha.

Pais temem que manuais digitais atrasem aprendizagem
Notícias ao Minuto

10:32 - 23/03/24 por Lusa

País Educação

No centro de Lisboa, na Escola Básica Almirante Gago Coutinho (EBAGC), os alunos já não usam manuais em papel. A direção escolar decidiu aderir ao programa-piloto de manuais digitais, juntando-se assim a outros 160 estabelecimentos de ensino espalhados do país.

Marta Castro, da associação de pais da EBAGC, recorda que o projeto lhe pareceu demasiado arrojado tendo em conta o degradado estado de conservação da escola, frequentada por alunos dos 5.º ao 9º anos.

Construída na década de 50 do século passado, a escola foi-se degradando. "Mas havia várias promessas, como a instalação uma boa rede de Internet ou de quadros interativos", disse à Lusa a mãe do aluno do 5.º ano, que desde setembro do ano passado está impedido de levar manuais em papel.

"Nas salas não existem tomadas suficientes para ligar as baterias, fazendo com que alguns alunos não tenham acesso aos materiais, assim como não há os tais retroprojetores prometidos. A internet é lentíssima e a grande maioria não consegue aceder à internet nem descarregar os manuais", alerta Marta Castro.

Quando são ultrapassados os problemas de rede, surgem outros, como encontrar a "página" pedida pelos professores. Resultado: "Chegam a perder a primeira meia hora de aula até estarem todos prontos para começar", desabafa a mãe.

A presidente da Associação Nacional de Professores de Informática (Anpri), Fernanda Ledesma, confirma que "os problemas de rede de internet e a falta de apoio técnico não são novidade", havendo "muitas outras escolas na mesma situação".

No entanto, Fernanda Ledesma sublinha que este projeto é voluntário e que as escolas devem verificar se estão reunidas as condições para avançar.

Mas há problemas um pouco por todo o país, segundo uma petição assinada por mais de duas mil pessoas que denuncia que "frequentemente não se consegue aceder à Internet, a velocidade de ligação é lenta"e os recursos não funcionam".

A autora da petição, Catarina Prado e Castro, lançou também um inquérito, ao qual já responderam mais de 200 encarregados de educação de escolas de todo o país, dos quais mais de 80% se manifestaram descontentes e querem que o projeto acabe.

O ministério da Educação garantiu em informação enviada à Lusa que a integração dos alunos do 1.º ciclo "tem vindo a ser feita de forma muito cautelosa e garantido todo o apoio necessário".

Este ano há 1.978 alunos dos 3.º e 4.º anos que deixaram de ter manuais em papel.

Catarina Prado e Castro e Marta Castro adiantam que também há professores descontentes, referindo que em Lisboa há docentes que já desistiram de usar os computadores nas aulas.

Leia Também: Petição com mais de 2 mil assinaturas pede regresso dos manuais em papel

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