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Desenvolvimento é mais do que um exercício financeiro

Um artigo de opinião assinado por Cármen Maciel, diretora executiva da ADRA Portugal.

Desenvolvimento é mais do que um exercício financeiro
Notícias ao Minuto

14:16 - 06/03/24 por Notícias ao Minuto

País Artigo de opinião

"Portugal tem sido, ao longo dos últimos meses, alvo de olhares internos e externos que visam avaliar o estado atual do país e o quanto foi, ou não, progredindo, sobretudo nos últimos 50 anos, em termos de Desenvolvimento.

Segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgados em 2022, Portugal ocupa a 38.ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), entre os

193 países analisados, numa tabela liderada pela Suíça, Noruega, Islândia, Hong Kong e Austrália, nas 5 primeiras posições.

O IDH é um índice estatístico, criado em 1990, para sublinhar que as pessoas e as suas capacidades devem ser o critério final para avaliar o Desenvolvimento de um país e não apenas o crescimento económico.

A captura de evidências e a medição do Desenvolvimento tem sido um desígnio das principais organizações internacionais, com o objetivo de monitorizar a evolução económica e social dos países e desenhar políticas públicas. A União Europeia, através dos “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” (conhecidos como Objetivos Globais) e através do “Índice Regional de Progresso Social da UE” tem também visado medir o progresso social em cada região, indo além dos indicadores meramente estatísticos económicos.

A mudança de paradigma observada na qualificação do Desenvolvimento de uma região é não apenas necessária, mas urgente. Mais do focar apenas na riqueza, ou na falta dela, num determinado país, é imprescindível que coloquemos as pessoas no centro da equação do Desenvolvimento. Sem pessoas felizes, realizadas pessoalmente, dotadas de saúde, com direitos, liberdades e garantias, não há desenvolvimento de um país.

É com base nessa premissa que a Educação para o Desenvolvimento e Cidadania Global (EDCG) propõe o Barómetro EDCG como um instrumento alternativo de reflexão e análise. A transformação da realidade social requer, antes de tudo, a transformação das pessoas, dos grupos e das comunidades.

O objetivo aqui, como em outras abordagens educativas, é o de desenvolver e estimular capacidades, formar cidadãos e cidadãs conscientes e intervenientes na desconstrução dos mecanismos de reprodução social das desigualdades e na construção de um futuro onde prevaleçam a justiça social e o respeito pelo outro.

Para isso, antes das mudanças institucionais e políticas, cada cidadão tem um papel preponderante e é importante que individualmente o percebamos. O Barómetro EDCG convoca o exercício da autorreflexão e da reflexividade subjacente aos processos de tomada de consciência dos cidadãos e à ação transformadora que cada um tem para mudar o mundo e torná-lo num local mais justo, diverso e sustentável.

Mudar é possível e essa mudança começa em nós."

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