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"É preciso vestir a farda de trabalho e falar de política"

O líder da CGTP, Tiago Oliveira, defende que neste período pré-eleitoral, mais do que reivindicar direitos, é preciso "vestir a farda do trabalho" e lembrar os trabalhadores quem é que esteve ao lado deles nos últimos anos.

"É preciso vestir a farda de trabalho e falar de política"
Notícias ao Minuto

06:44 - 01/03/24 por Lusa

País Tiago Oliveira

"Aquilo que nós temos de fazer enquanto CGTP, agora mesmo, nesta discussão das eleições de 10 de março, é falar com os trabalhadores de política [...], dizer-lhes que é preciso olhar para quem somos enquanto trabalhadores, vestir a nossa roupa de trabalho, vestir o meu fato de macaco mecânico, que é o que sou na Auto Sueco, e perguntar quem é que está do meu lado, quem é que, durante anos, esteve do meu lado", diz o novo secretário-geral da CGTP.

Em entrevista à agência Lusa, Tiago Oliveira enfatiza que é preciso estar em contacto com os trabalhadores, nos plenários, nas empresas, e lembrar que "é tudo política".

"Quando falamos da questão da Agenda do Trabalho Digno, quando falamos que o nosso salário é baixo, que o horário de trabalho está completamente desregulado, quando saímos de casa e queremos ir ao centro de saúde e não temos médico, quando queremos pôr o nosso filho na faculdade e não temos capacidade para tal, o que é isto? São tudo decisões políticas", sublinha o sindicalista.

Rejeitando que a CGTP tenha em marcha uma espécie de campanha eleitoral nos locais de trabalho, Tiago Oliveira assegura tratar-se antes de fazer "uma discussão daquilo que interessa de facto aos trabalhadores", nomeadamente "falar sobre o seu caderno reivindicativo" e ao mesmo tempo questionar como é que se vão resolver os problemas.

"Quem é que está do meu lado? Quem é que durante anos esteve do meu lado? Quem é que tem uma política condizente com a minha, com quem eu sou como trabalhador?" são as questões que devem ser colocadas aos trabalhadores, defende, acrescentando que "houve culpados" na política "durante 40 anos".

Tiago Oliveira, que é próximo do PCP integrando o comité central do partido, considera que esta "não é uma boa altura para reivindicar direitos", mas sim para se estar atento "àquilo que são os programas dos partidos".

Já sobre a questão de, no congresso da intersindical realizado no fim de semana, os cinco sindicalistas da corrente socialista terem ficado por opção fora da comissão executiva da CGTP, Tiago Oliveira diz que o assunto deverá ser ultrapassado em breve, recusando a ideia de que há ruturas entre os dirigentes da central.

"Houve um conjunto de camaradas que tomou essa decisão e aquilo que foi dito e que está a ser trabalhado é para que tudo volte a estabilizar, a normalizar, e acredito que o mais brevemente possível isso vai ser conseguido", afirma.

Tiago Oliveira foi eleito secretário-geral da CGTP na madrugada de sábado para um mandato de quatro anos, com 107 votos a favor de um total de 132 elementos do Conselho Nacional que participaram na votação e com 25 votos em branco.

A eleição foi realizada após o encerramento dos trabalhos do XV congresso da CGTP, que decorreu na Torre da Marinha, Seixal, distrito de Setúbal, nos dias 23 e 24 de fevereiro.

O Conselho Nacional elegeu ainda a nova Comissão Executiva da CGTP, com 104 votos a favor e 29 em branco. Este órgão da central sindical é composto por 147 dirigentes, tendo votado 133.

Tiago Oliveira é mecânico de pesados na Auto Sueco e tem 43 anos, pelo que poderá fazer mais do que um mandato como líder da CGTP.

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