Meteorologia

  • 28 ABRIL 2024
Tempo
14º
MIN 9º MÁX 17º

"Enoja-me não ter referido o protesto". Filho de polícia confronta MAI

Apesar de não ter obtido resposta por parte de José Luís Carneiro, o jovem prosseguiu o seu discurso, tendo acusado o ministro de, nos últimos anos, não ter feito "absolutamente nada para valorizar a carreira de um polícia e de um guarda".

"Enoja-me não ter referido o protesto". Filho de polícia confronta MAI
Notícias ao Minuto

16:17 - 21/01/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

País MAI

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, foi confrontado por um filho de um polícia, que acusou o tutelar da pasta de ignorar os protestos levados a cabo pelas forças de segurança, no final da apresentação do seu livro ‘Ganhar o Futuro’, que ocorreu no sábado, no Porto.

“Eu tenho um pai que é membro da OPC [órgão de polícia criminal] e que não recebe o salário que era digno. Trabalha agora num posto e está a dormir lá à frente com um colchão, na chuva. O senhor ministro nem sequer fala sobre o assunto. O senhor prefere falar sobre futuro, mas fale também sobre o presente. Fale também sobre o presente, porque devia envergonhá-lo”, começou por dizer o jovem, enquanto o ministro assinava uma cópia do seu livro.

Apesar de não ter obtido resposta por parte de José Luís Carneiro, o jovem prosseguiu o seu discurso, tendo acusado o ministro de, nos últimos anos, não ter feito “absolutamente nada para valorizar a carreira de um polícia e de um guarda”. Questionou, também, o porquê de o governante se focar no futuro, quando “nem sabe se estará no futuro deste país”.

“Durante estes últimos anos, não fez absolutamente nada para valorizar a carreira de um polícia e de um guarda. Você devia ter vergonha de dizer e de vir aqui falar sobre o futuro. O senhor nem sabe se estará no futuro deste país, e está aqui a falar do futuro. Fale também do presente. Por que que não fala do presente? Fale também das ameaças do Chega. Fale da sua ameaça perante as nossas forças de segurança, sobre a nossa democracia. O que é que foi o 25 de Abril? O que é que foi a liberdade?”, questionou.

Desta feita, Carneiro dirigiu-se, pela primeira vez, ao jovem, assegurando que, finda a sessão, falaria consigo “ali, numa salinha”. Este, que se identificou como Tomás, assentiu, mas não se coibiu de acusar o ministro de ter ignorado o protesto das forças de segurança.

“Isto é revoltante, sabe? Eu não tenho nada contra si, mas... Enoja-me mesmo o senhor nunca ter referido as forças de segurança e o protesto das forças de segurança durante o seu discurso”, lamentou.

Por seu lado, o responsável encorajou o jovem, a quem disse para falar “à vontade”.

“Fale à vontade, descarregue, rapaz. Fale o que entender e, depois, eu falo consigo no fim. Em democracia é preciso falar”, reiterou.

Saliente-se que, em declarações no final da apresentação, José Luís Carneiro expressou o desejo de que os suplementos reclamados pela Polícia de Segurança Pública (PSP) e pela Guarda Nacional Republicana (GNR) sejam incorporados na base remuneratória, mas sublinhou, contudo, não poder agir fora do orçamento.

"Este é um trabalho que deve ser feito e concluído na próxima legislatura e por parte do próximo governo e que, do meu ponto de vista, deve ter duas dimensões estruturais: comparar as funções e a natureza das forças e serviços de segurança, bem como dos órgãos de polícia criminal, no que tem que ver com a estrutura de remuneração de base e, depois, também estabelecer uma comparação entre os diferentes suplementos das forças e serviços de segurança e dos órgãos de polícia criminal", disse.

Elementos da PSP e da GNR estão há mais de uma semana em protestos por melhores condições de trabalho e salariais, exigindo um suplemento de missão idêntico ao atribuído aos inspetores da Polícia Judiciária.

Leia Também: Protesto de forças de segurança junta centenas diante do Palácio de Belém

Recomendados para si

;
Campo obrigatório