Centro Hospitalar anuncia auditoria ao caso das bebés luso-brasileiras
Está a decorrer uma ação da Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) sobre o mesmo caso.
© Global Imagens
País Santa Maria
O Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte (CHULN) "decidiu dar início a uma auditoria Interna para aferir sobre os procedimentos que foram realizados antes e durante o tratamento" para a Atrofia Medular Espinhal administrados às duas gémeas luso-brasileiras, em 2020, é revelado num comunicado.
"Assim, e até ao término destes procedimentos, o CHULN não fará qualquer comentário adicional sobre o tema", revelou ainda. Recorde-se que o Centro Hospitalar já tinha afirmado que o caso seguiria tramitação interna.
De lembrar ainda que, simultaneamente, decorre uma ação da Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGASS) sobre o mesmo caso.
Em causa está uma reportagem transmitida na passada semana, pela TVI, que refere que o hospital de Santa Maria "abriu uma auditoria para perceber como é que duas gémeas que vivem no Brasil receberam em Lisboa um tratamento de quatro milhões de euros", havendo "suspeitas de que isso tenha acontecido por influência do Presidente da República".
Marcelo Rebelo de Sousa negou que tivesse intercedido junto do Hospital de Santa Maria, ou de qualquer outra entidade, para que as duas crianças brasileiras pudessem beneficiar de tratamentos no Serviço Nacional de Saúde.
"Vendo a reportagem, ninguém aparece a dizer que eu falei com essa pessoa. Ninguém. Diz-se, consta, parece que sim, parece que, parece que havia família [do Presidente] que estava empenhada, por amizade, nisso. Mas ninguém em relação ao Presidente. E só há um Presidente. A família do Presidente não foi eleita, não é Presidente", salientou Marcelo Rebelo de Sousa.
"Se alguém aparece a dizer: olhe, o Presidente falou comigo, achou que, por razões humanas ou razões de outra natureza, se justificava aquilo; se aparecer alguém - que até agora não apareceu -, eu aí não tenho outro remédio senão, eventualmente, ir a tribunal - não contra a comunicação social, que não é responsável por isso -, para comparar a minha verdade com a verdade dessa pessoa. Não é um dever de defesa da minha honra. É a defesa da honra do Presidente da República", acrescentou.
Segundo disse, o Presidente da República não pode estar sujeito a uma "suspeição de que interfere em decisões da cadeia administrativa, ordenando, recomendando, pedindo, metendo uma cunha para ninguém, muito menos aquilo que possa ser mais próximo de amigos de conhecidos".
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