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Proposta salarial para SNS? "Parece que estivemos em reuniões diferentes"

Para a presidente da FNAM, "está nas mãos do Governo decidir se incorpora" as soluções dos sindicatos "de uma vez por todas, ou não". Isto porque, "se não as incorporar e se for na linha daquilo que tem enviado, vai ser muito difícil".

Proposta salarial para SNS? "Parece que estivemos em reuniões diferentes"
Notícias ao Minuto

14:26 - 04/11/23 por Daniela Filipe

País FNAM

A presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Joana Bordalo e Sá, considerou, este sábado, que a proposta salarial enviada pelo Executivo "não reflete, de todo", as reinvindicações dos sindicatos, para que fosse possível "chegar a um acordo" com o Ministério da Saúde.

"Não está resolvida a reposição das férias, que era outro ponto que pedimos, e está muito, muito longe a questão da atualização da nossa grelha salarial", começou por dizer a responsável, em declarações aos jornalistas.

E continuou: "Aliás, esta proposta que nos enviaram novamente parece que, efetivamente, estivemos em duas reuniões diferentes. Não reflete, de todo, aquilo que foi sendo discutido e aquilo que tinham sido as nossas exigências e as nossas soluções para podermos chegar a um acordo."

A presidente da FNAM especificou que a reposição das 35 horas para os médicos que fazem Urgência é feita "à custa do fim do descanso compensatório", o que, na sua ótica, "é absolutamente inaceitável, porque coloca em risco não só os médicos, como também os doentes".

Quanto aos faseamentos das medidas, que seriam "perfeitamente aceitáveis", Joana Bordalo e Sá apontou que "são colocadas numa associação a métricas, quase que de produção", ou caso haja um maior número de médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) ou em Centros de Responsabilidade Integrados (CRI).

"Ou seja, este faseamento ia ficar sempre na dependência destas métricas, que são completamente alheias aos médicos. O nosso contrato de trabalho e as nossas condições de trabalho não podem depender de métricas que são do SNS; até deve ser ao contrário. Primeiro, os médicos devem estar no SNS, e depois vão-se avaliar os seus resultados", defendeu.

A proposta salarial apresentada pelo Governo é, por seu turno, "exatamente igual àquela projetada no dia 19 de outubro". "Não vemos aqui nenhuma diferença. Portanto, temos uma expectativa baixa para a reunião, mas estamos aqui de boa fé, e mantemos as nossas soluções, com toda a firmeza, porque acreditamos que as soluções que apresentamos são o garante de que vamos ter médicos no SNS e seria um bom acordo para o SNS", reforçou.

Assim, "está nas mãos do Governo decidir se incorpora" as soluções dos sindicatos "de uma vez por todas, ou não". Isto porque, "se não as incorporar e se for na linha daquilo que tem enviado, vai ser muito difícil".

"Quem fica a perder, efetivamente, é o SNS, que não é uma coisa que a FNAM queira ver. Agora, a FNAM, seguramente, não vai assinar um acordo que seja mau para o SNS", disse Joana Bordalo e Sá, que alertou que a reunião desta tarde "poderá ter esse carácter decisivo".

Recorde-se que o Ministério da Saúde e os sindicatos médicos retomam, este sábado, a tentativa de chegar a um acordo sobre as questões salariais, após 18 meses de conversações que levaram a greves e protestos dos profissionais de saúde um pouco por todo o país.

A última ronda negocial realizou-se na passada terça-feira e estendeu-se por mais de oito horas sem ser possível chegar a um acordo, com o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a FNAM a reivindicarem um aumento salarial transversal de 30%.

[Notícia atualizada às 14h46]

Leia Também: Governo e médicos retomam negociações com salários em cima da mesa

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