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Sindicato dos Oficiais de Justiça considera greve "um sucesso"

O Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ) considerou hoje que a adesão à greve por tempo indeterminado ao período da tarde tem sido "um sucesso", atingindo 100% na área criminal do Tribunal de Sintra.

Sindicato dos Oficiais de Justiça considera greve "um sucesso"
Notícias ao Minuto

16:56 - 01/02/23 por Lusa

País Greve

Fazendo um balanço da greve, que decorre desde 10 de janeiro, o presidente do SOJ, Carlos Almeida, referiu que, por exemplo, na pequena instância criminal de Lisboa e no Tribunal Central de Instrução Criminal, mais de 12 arguidos viram prolongadas as suas detenções até ao limite das 48 horas devido aos efeitos da greve, ficando impedidos de ser eventualmente colocados em liberdade nas primeiras 24 horas.

O dirigente sindical mencionou ainda que nos serviços do Ministério Público nos Juízos Locais de Pequena Instância Criminal de Lisboa, perto de 50 pessoas não foram inquiridas na segunda-feira devido à greve, tendo sido "ilegalmente" convocadas, sem notificação, para serem ouvidas na terça-feira, através de um despacho verbal para que as mesmas se deslocassem no dia seguinte ao tribunal.

Segundo Carlos Almeida, estas e outras situações, como a "violação do direito à greve com substituição de trabalhadores", levaram o SOJ a decidir apresentar queixa na Procuradoria-Geral da República (PGR)

O presidente do SOJ precisou que em causa estão três reivindicações antigas e ainda não concretizadas pelo Ministério da Justiça, a primeira das quais relativa ao aumento do número de efetivos, problema que exige a abertura de concursos de ingresso para a profissão.

Apesar de a ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, ter anunciado um reforço de 200 elementos, o presidente do SOJ contrapõe que esse número é manifestamente "insuficiente" face ao défice de oficiais de justiça.

Carlos Almeida alega que para preenchimento do quadro legal previsto faltam mais de 1.500 oficiais de justiça, mas mesmo este número está abaixo das necessidades reais dos tribunais. A estimativa do SOJ é que são necessários cerca de 2.000 oficiais de justiça.

A segunda reivindicação por cumprir pelo Ministério da Justiça, segundo o dirigente sindical, prende-se com a concretização das promoções que são devidas há mais de três anos, tendo o Ministério da Justiça informado já o Ministério das Finanças de que estas promoções são fundamentais para o normal funcionamento dos tribunais.

A terceira reivindicação do SOJ relaciona-se com a exigência da integração do suplemento de recuperação processual. O orçamento de Estado de 2020 já determinava verba para o efeito, mas o Governo não cumpriu a previsão orçamental, tendo, na altura, a então ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, justificado que tal incumprimento se prendia com "uma série de vicissitudes", conforme relatou o dirigente do SOJ.

Carlos Almeida garantiu à Lusa que o sindicato só retira o pré-aviso de greve por tempo indeterminado, todas as tardes das 13:30 às 24:00, se as reivindicações forem satisfeitas pelo Governo.

De acordo com o SOJ, a greve dos oficiais de justiça, que tem sido realizada todas as tardes desde 10 de janeiro, levou já ao adiamento de milhares de diligências, nomeadamente com "cidadãos detidos/presos que acabam por ver os prazos de detenção arrastados para os limites máximos legais ou, como também tem ocorrido, colocados em liberdade de imediato, por despacho, sem serem ouvidos, como ocorreu já em alguns tribunais".

O SOJ anunciou também uma concentração na quinta-feira junto ao Palácio da Justiça de Leiria, a partir das 13:30.

Leia Também: Negociações na Saúde? FNAM anuncia que vai ser emitido pré-aviso de greve

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