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PCP "acompanha" alerta de Bruxelas sobre salários e critica Medina

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, disse hoje que estranha, mas acompanha "a recomendação de Bruxelas" para aumentar salários, criticando as declarações do ministro das Finanças sobre esta matéria, que são "gozar com quem trabalha".

PCP "acompanha" alerta de Bruxelas sobre salários e critica Medina
Notícias ao Minuto

17:58 - 17/01/23 por Lusa

País Crise/Inflação

"Estranho, mas acompanho [o que disse Bruxelas]. Não acompanho é as declarações do nosso ministro das Finanças no decorrer desse alerta de Bruxelas", afirmou à agência Lusa o líder comunista, durante uma visita ao Laboratório das Energias Renováveis da Universidade de Évora, nos arredores da cidade.

Segundo Paulo Raimundo, o ministro das Finanças, Fernando Medina, "disse que a política salarial do nosso país está bem e, portanto, [em] conclusão, não está de acordo com esta recomendação de Bruxelas".

O Jornal de Negócios noticiou na edição de hoje que a Comissão Europeia defende que há margem para aumentar os salários este ano e que os aumentos previstos não só estão abaixo do necessário para compensar a perda de poder de compra, como também podem ficar abaixo das subidas previstas para limitar os impactos na inflação. No caso de Portugal o referencial acordado é de 5,1%.

No final de uma reunião do Conselho de Ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), em Bruxelas, Fernando Medina rejeitou hoje a necessidade de haver este ano um novo aumento dos salários e insistiu que a política salarial do Governo consegue assegurar o poder de compra sem alimentar as "tensões inflacionistas".

"A nossa política salarial é a política adequada para responder às necessidades de assegurar o poder de compra durante o ano de 2023, sem com isso contribuir para um amento das tensões inflacionistas no nosso país", sustentou o ministro.

Questionado pela Lusa, em Évora, o secretário-geral do PCP insistiu, de forma irónica, que até pode ser "estranho" o partido "estar de acordo com o governo de Bruxelas", mas, desta vez, até está: "Olhe, está a ver, nem sempre somos do contra".

O ministro das Finanças deve, agora, é ir explicar as suas declarações aos trabalhadores: "Perante a afirmação que fez, acho que devia ir a todas as escolas, hospitais, aos centros regionais de segurança social, a todo o lado, às câmaras municipais", disse.

Por outro lado, Paulo Raimundo acrescentou que, se fosse ministro desta pasta e tivesse "os instrumentos que [Medina] tem na mão, teria que aumentar os salários".

"Eu há bocado estava-lhe a dizer, meio a brincar meio a sério, mas essa afirmação [do ministro] é que isso é mesmo gozar com quem trabalha, dizer que os salários estão bem não tem grande comentário", criticou.

A inflação "fechou nos 8% no ano passado", os bens essenciais "aumentaram acima dos 20%" e "o Banco de Portugal estima que esses mesmos bens essenciais vão ter um aumento de 5,3%" este ano, indicou.

"Já nem estou como o Guterres, não é preciso fazer tantas contas como isso, é perceber que os 5,1% que estão recomendados [de aumento salarial] são consideravelmente muito abaixo dos 8%", argumentou o líder do PCP, frisando que "está na cara que os aumentos salariais não acompanham nem de longe nem de perto" as necessidades.

Paulo Raimundo, acompanhado de uma delegação do PCP, iniciou hoje em Évora o Roteiro das Ciência e Tecnologia que o partido vai realizar pelo país e aproveitou para defender um investimento maior nesta área.

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