O homem, de nacionalidade turca e suíça, que esfaqueou até há morte um português de 29 anos, em 2020, em Morges, na Suíça, foi condenado esta terça-feira a 20 anos de prisão pelo Tribunal Penal Federal de Bellinzona.
De acordo com o site da Rádio e Televisão da Suíça (SRF), o homicida era simpatizante do Estado Islâmico e, em 2019, já tinha tentado atear fogo a um posto de abastecimento de combustível em Prilly.
Omer A., de 29 anos, foi assim condenado pelos crimes de homicídio, agressão, tentativa de incêndio e explosão, ameaças, propaganda pró-Daesh e ainda tráfico de estupefacientes.
Recorda a SRF que o homicídio do português foi, até agora, o único na Suíça com ligações ao Estado Islâmico.
Condenado sofre de esquizofrenia desde a adolescência
Durante o julgamento, o arguido fez declarações confusas e contraditórias. Admitiu a sua simpatia pelo Daesh e disse ter levado a cabo o ataque para "vingar" a guerra internacional contra a organização terrorista.
O homicídio aconteceu a 12 de setembro de 2020 num restaurante em Morges, uma cidade nas margens do Lago de Genebra perto de Lausanne, quando o agressor escolheu aleatoriamente uma vítima, um cidadão português, e espetou-lhe uma faca nas costas, depois de gritar "Alá é Grande".
A vítima, um português que tinha na altura do crime 29 anos, residia há pouco tempo na região, onde trabalhava na apanha da maçã.
O português aguardava a sua vez na fila de um restaurante de 'kebab' quando, sem motivo aparente, foi atacado pelo condenado. Na altura do crime, a vítima estava acompanhada da namorada e de amigos, que assistiram ao ataque.
O condenado, que sofre de esquizofrenia desde a adolescência, já cumpriu 15 meses de prisão pela tentativa de incêndio de uma bomba de gasolina, em 2019, e enquanto esteve detido atacou violentamente dois membros das forças de segurança (um agente da polícia e um agente prisional, que esfaqueou com uma caneta).
O julgamento foi realizado em dezembro passado e peritos psiquiátricos concluíram que os problemas esquizofrénicos do arguido poderiam constituir um fator atenuante, embora ele se tenha recusado a receber tratamento psiquiátrico, que será substituído por outras terapias.
O condenado, que trabalhou como aprendiz de pintor, admitiu ter começado a radicalizar-se em 2016, embora tenha dito nunca ter jurado fidelidade ao Estado Islâmico, e afirmou que após o seu tempo na prisão tinha perdido "todo o interesse na guerra santa".
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