O Portal da Queixa recebeu, em 2022, mais de 13.400 reclamações dirigidas aos serviços públicos, um aumento de 41% em relação a 2019, ano de pré-pandemia, em que se registou 9.483 reclamações revelou, esta quarta-feira, esta rede social de consumidores online.
De acordo com a análise feita pelo Portal da Queixa, no Top 10 dos organismos públicos com mais reclamações figuram o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) com 4.992 queixas (37% do total), a Segurança Social com 967 reclamações, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) com 912, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) com 905 e a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), com 783.
Seguem-se a Câmara Municipal de Lisboa com 441 reclamações, o Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) com 396, o IEFP com 341, a Câmara Municipal de Almada com 271 e o Centro Nacional de Pensões com 267.
Principais motivos de reclamação
O estudo apurou ainda que, no IMT, o principal problema reportado refere-se à troca de carta estrangeira, a recolher mais de 61% das reclamações registadas (3.035).
Já na Segurança Social, cerca de 50% das queixas dos portugueses estão relacionadas com o mau atendimento e falta de resposta do organismo e 31% reporta problemas com o Abono de Família.
No SNS, o mau atendimento/falta de apoio ao utente continua a ser um dos problemas que gera mais queixas, 49% do total. Outro motivo que absorve 25% das reclamações, está relacionado com o apoio prestado devido à Covid-19.
No SEF, a maioria das reclamações (63%) aponta como motivo os problemas com a renovação do título de residência. As dificuldades no atendimento telefónico para marcação de visita nas delegações do SEF somam 35% das queixas.
Relativamente à AT, os problemas com o IBAN (por causa do apoio extraordinário do Estado), geraram 47% das queixas dirigidas às finanças e o atraso com o reembolso do IRS representa 32% das reclamações.
Dirigidas à Câmara Municipal de Lisboa, destacaram-se duas queixas este ano: as multas de estacionamento (29%) e os problemas com a recolha de lixo (22%).
No IRN, foram três os principais motivos de insatisfação reportados: problemas no levantamento do cartão de cidadão (27%), mau atendimento (24%) e dificuldades na renovação do passaporte (8%). Já no IEFP, a demora na aprovação de estágios profissionais foi o motivo que mais queixas gerou: 32%.
Da Câmara Municipal de Almada, o que os munícipes mais reclamaram foi da recolha do lixo (22%).
Os problemas com o cálculo e atribuição das reformas estiveram na origem 56% das queixas dirigidas ao CNP.
Finanças têm a melhor performance de resolução
De acordo com os indicadores no Portal da Queixa, entre os vários organismos públicos, a Autoridade Tributária é a entidade que mais resolve os problemas que lhe são reportados, com 96,9% de Taxa de Solução, 99,6% de Taxa de Resposta e um Índice de Satisfação (IS) avaliado em 91 pontos (em 100).
Na resposta às reclamações evidencia-se também o IEFP com 100% de Taxa de Resposta, Taxa de Solução de 95,8% e um IS pontuado em 88.8. De referir ainda que o instituto foi distinguido, este ano, como 'Marca Recomendada 2022'.
Com altos indicadores de resolução destaca-se ainda o IMT, com uma Taxa de Resposta de 100%, Taxa de Solução de 77,8% e um Índice de Satisfação cifrado em 82.3 pontos, assim como as autarquias de Lisboa e Almada que, apesar de estarem no top 10 dos serviços públicos com mais reclamações, registaram uma taxa de resposta elevada aos problemas dos munícipes. A Câmara Municipal de Lisboa com 100% e a Câmara Municipal de Almada com 97,7%.
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