Vila Real. Incêndio em julho com expansão de 3.000 metros por hora
O incêndio que deflagrou em julho no concelho de Murça, Vila Pouca de Aguiar e Valpaços, no distrito de Vila Real, teve uma taxa de expansão de 3.000 metros por hora "no período mais crítico", foi hoje revelado.
© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images
País Incêndios
Num 'briefing' operacional, na aldeia de Penabeice, onde duas pessoas morreram na sequência do incêndio que deflagrou em julho e hoje visitada pelo Presidente da República e pelo ministro da Administração Interna, o comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), André Fernandes, afirmou que a taxa de expansão do incêndio revela a "intensidade e energia libertada".
"Este incêndio teve uma taxa de expansão no seu período mais crítico de 3.000 metros por hora e na sua taxa de expansão máxima, cerca de 2.000 hectares por hora. Portanto, podemos ver a intensidade e energia libertada por este incêndio", afirmou.
O fogo, que teve início a 17 de julho pelas 16:00, consumiu 7.053 hectares de área, sendo que destes, 5.000 hectares foram áreas de "mato" e os restantes, área povoada com "maior incidência de pinhal, carvalhos e castanheiros".
"Esta era uma zona que não ardia há vários anos e tinha uma taxa de combustível de cerca de 80% da área afetada na taxa mais elevada", afirmou o comandante, dizendo ainda que 45% da área afetada pelo fogo tinha um declive superior a 45% e que 23% rondava os 30 a 45% de declive.
"A progressão dos meios é difícil, senão quase impossível", observou.
André Fernandes afirmou ainda que foi possível prever a formação de um pirocúmulo [nuvem de fogo], o que permitiu alterar a estratégia dos meios de combate ao incêndio e "evitar ao máximo" danos no património e na população.
"No incêndio foram afetadas 23 aldeias, 14 só no concelho de Murça", destacou André Fernandes.
A visita à aldeia de Penabeice contou ainda com a presença do presidente da ANEPC, Duarte da Costa, que aos presentes adiantou que no combate a este incêndio estiveram 5.000 bombeiros e que, fruto de um "ataque inicial efetivo" foi possível evitar que outras 48 ocorrências não escalassem no distrito.
O fogo que deflagrou em julho, em Murça, consumiu área em três concelhos do distrito de Vila Real, nomeadamente em Murça, Vila Pouca de Aguiar e Valpaços, para onde se estendeu, revelou, na altura, o presidente de Murça, Mário Artur Lopes.
"Mais de metade do concelho de Murça foi atingido por este incêndio", afirmou o autarca.
Foi a sair da aldeia que um casal, com 69 e 72 anos, morreu, depois do carro onde seguia ter caído numa ravina.
Foram encontrados já mortos numa área queimada pelo incêndio.
Leia Também: Anunciadas medidas de apoio aos agricultores afetados pelo fogo de Murça
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com