TAP. Governo deveria ter evitado greve "pressionando a administração"
O presidente do Chega, André Ventura, disse hoje que a greve dos tripulantes da TAP deveria ter sido evitada pelo Governo, considerando que a operadora não pode continuar a ser um "sorvedouro" de dinheiros públicos.
© Lusa
Política TAP
"Acho que deveria ter sido evitado. O Governo deveria ter feito pressão junto a administração da TAP", declarou o líder do Chega no Funchal quando questionado sobre greve dos tripulantes de cabine da TAP, marcada para hoje e sexta-feira, uma paralisação que afeta as regiões autónomas, os países lusófonos e zonas com emigrantes portugueses.
Segundo André Ventura, o Governo do PS "devia ter acautelado que os direitos daqueles que trabalham na TAP não eram melindrados nos vários processos, nas confusões que o Governo gerou de nacionalização, privatização, reprivatização e não fez nada disso".
O responsável apontou que a transportadora nacional "está numa situação financeira insustentável neste momento" e defendeu que "as centenas de milhões lá colocados [pelos portugueses] vão ter que ser devolvidos aos contribuintes".
Ventura sublinhou ser "compreensível a angústia" de quem trabalha na TAP.
Contudo, complementou ser também "importante que TAP compreenda que não pode ser um sorvedouro do dinheiro dos contribuintes e tem de devolver uma parte do que lá foi investido".
Recordou que a Lufthansa também "recebeu vários milhões de euros do Estado alemão e já os devolveu".
"Porque é que em Portugal acontece sempre o mesmo? Gastamos dinheiro que nunca mais acaba e ninguém devolve o dinheiro aos portugueses", argumentou.
Na sua opinião, este tipo de processos têm de ser "questionados de forma objetiva e clara e isso não tem acontecido"
Porque, apontou, "quem paga são as comunidades, quem quer viajar, quem quer deslocar-se, porque sabemos que o Governo não precisa da TAP", insistindo que a transportadora "corre o risco de torna-se num 'Novo Banco'".
"Cabe aos políticos evitar que isso aconteça", concluiu.
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) convocou a greve de tripulantes de TAP para hoje e sexta-feira, por falta de acordo nas negociações do novo acordo de empresa, o que levou ao cancelamento de 360 voos nos dois dias da paralisação.
Os tripulantes da TAP decidiram, na terça-feira, manter a greve e aprovaram também a marcação de pelo menos mais cinco dias de paralisação até 31 de janeiro.
A TAP e os sindicatos encontram-se em negociações para a revisão do Acordo de Empresa (AE), no âmbito do plano de reestruturação.
A TAP propõe cortes nos salários e flexibilização de horários, entre outras medidas e os tripulantes querem que o atual acordo de empresa seja o ponto de partida e base para qualquer negociação futura.
Descontentes, os tripulantes da TAP, em assembleia-geral de emergência do SNPVAC, em 03 de novembro, decidiram avançar com uma greve nos dias 08 e 09 de dezembro, bem como "recusar liminarmente a proposta de novo acordo de empresa (AE)" apresentada pela companhia aérea, que consideram "absolutamente inaceitável e manifestamente redutora".
André Ventura chegou quarta-feira à Madeira, participou num jantar com militantes e marcou hoje presença na Placa Central da Avenida Arriaga onde se concentram as festividades de Natal e Ano Novo no Funchal, partindo hoje para Lisboa.
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