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Fecho da Petrogal mostra como descarbonização "não deve ser feita"

A presidente da Câmara de Matosinhos disse hoje que o fecho da refinaria da Petrogal em Leça da Palmeira "é um exemplo de como a descarbonização não deve ser feita", por "ter colocado em causa os direitos das pessoas".

Fecho da Petrogal mostra como descarbonização "não deve ser feita"
Notícias ao Minuto

15:35 - 23/11/22 por Lusa

País Matosinhos

"A Petrogal é uma instalação que fica à parte. Tem regras próprias. Mas significa um exemplo de como a descarbonização não deve ser feita, porque pôs em causa os direitos das pessoas. Não foi preparada a sua reabilitação e temos ali uma referência de um processo que foi mal conduzido", disse Luísa Salgueiro.

A autarca falava aos jornalistas à margem da apresentação do Plano Neutralidade Carbónica 2030 de Matosinhos e depois de ter lançado publicamente o compromisso de trabalhar para que este município do distrito do Porto atinja, em 2030, as metas de descarbonização previstas para 2050.

Na cerimónia que contou com a presença do ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, a presidente da câmara afirmou que "em 2020 o Matosinhos já foi capaz de reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa em 40,2% face ao ano base de 2019.".

Já confrontada à margem da sessão sobre se para esta meta contribuiu o fecho da refinaria da Galp, a autarca garantiu que os números apresentados hoje não incluem a Petrogal.

"A contabilização da Petrogal é feita à parte. Não incluímos as métricas da Petrogal na nossa estratégia", referiu.

Luísa Salgueiro aproveitou para sublinhar a ambição de tornar Matosinhos "um exemplo" no processo de descarbonização do país e vincou a ideia de que este processo deve ser "justo".

"Queremos que a descarbonização seja feita com princípios de equidade e de justiça", concluiu.

No dia 21 de dezembro de 2020, a Galp comunicou à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a decisão de encerramento da atividade de refinação em Matosinhos, concentrando as suas atividades no complexo de Sines.

Posteriormente, para acompanhar todo o processo, a Câmara constituíu um Comité Científico e um Conselho Consultivo sobre a Reconversão da Refinaria.

Todo o processo de encerramento foi muito criticado sobretudo pelas estruturas sindicais que representam os trabalhadores da refinaria.

A 16 de fevereiro, a Galp, a Câmara de Matosinhos e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) adiantaram que a antiga refinaria de Matosinhos vai dar lugar a uma cidade da inovação ligada às "energias do futuro".

Recentemente, a 27 de setembro o PCP alertou que o fluxo de gás, combustíveis e matérias altamente inflamáveis continua na refinaria de Matosinhos, apesar da mesma já ter sido encerrada.

Os comunistas apelaram à Câmara Municipal para tomar medidas em matéria de segurança.

Leia Também: Operação Teia. Autarca de Matosinhos diz que acusações são "invenção"

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