Bispo da Guarda e bispo emérito de Setúbal encobriram queixas de abusos

Eclesiásticos terão tido conhecimento de queixas de abusos por parte de padres e não comunicaram essas suspeitas nem à Polícia Judiciária nem ao Ministério Público, avança o Expresso.

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Lusa
05/08/2022 12:24 ‧ 05/08/2022 por Lusa

País

Abusos na Igreja

Além do patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, também o bispo da Guarda, Manuel Felício, e o bispo emérito de Setúbal, Gilberto Reis, terão tido conhecimento de queixas de abusos por parte de padres e não comunicaram essas suspeitas nem à Polícia Judiciária nem ao Ministério Público, as autoridades civis com competência para investigar este tipo de crimes, revela, esta sexta-feira, o semanário Expresso

No caso da Guarda, trata-se de queixas relativas ao comportamento do padre Luis Mendes (vice-reitor do seminário do Fundão). O caso acabou denunciado à PJ pelos pais das vitimas, mas a PJ descobriu depois que um mês antes já o bispo teria tido conhecimento

Escreve o Expresso que a equipa da PJ, naquela altura, já tinha fortes suspeitas de que havia uma operação de encobrimento por parte das mais altas instâncias da diocese da Guarda no sentido de protegerem o padre, que acabou condenado, com sentença confirmada por dois tribunais superiores, incluindo o Supremo Tribunal de Justiça, em 2017.

No caso de Setúbal, terá sido Gilberto Reis --- bispo desta diocese entre 1998 e 2015 --- quem recebeu queixas contra um padre que ainda hoje está no ativo. Na resposta ao jornal, a diocese diz que "existiu uma averiguação canónica organizada pelo bispo à data, com audição de todas as partes envolvidas, ou seja, o alegado perpetrador e as alegadas vítimas".

O padre suspeito esteve suspenso entre 2008 e 2015, enquanto a investigação canónica decorreu e, depois -- segundo a diocese - "o decreto emanado pelo Vaticano, após a conclusão do processo canónico, permitiu que o sacerdote em causa voltasse a exercer o seu ministério, com o ofício de pároco". Na mesma resposta, a diocese admite que "não foi feita uma participação ao Ministério Público".

O Expresso escreve ainda, citando uma fonte judicial, que há mais casos de queixas reportadas ao patriarca, que não as terá enviado às autoridades civis competentes.

A mesma fonte revela que os bispos Manuel Felício e Gilberto Reis e o cardeal Manuel Clemente não foram os únicos altos responsáveis a não dar seguimento às queixas que receberam de menores e que, pelo menos algumas delas, estão a ser investigadas pelo MP depois de a Comissão Independente as ter recebido.

Leia Também: Abusos na Igreja. Cardeal-patriarca de Lisboa foi recebido pelo Papa

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