SBSR. Deslocalização deita por terra trabalho de meses, diz autarquia
A Câmara Municipal de Sesimbra lamentou hoje que tenha sido necessário deslocalizar o festival Super Bock Super Rock, por deitar por terra o trabalho de muitos meses e pelo impacto negativo na promoção do território e do turismo.
© Global Imagens
País Sesimbra
"É, sem dúvida, um forte abalo para todos os envolvidos, difícil de gerir e ultrapassar", refere a autarquia num comunicado hoje divulgado na sua página.
A 26.ª edição do SBSR, que começa na quinta-feira, deveria decorrer na Herdade do Cabeço da Flauta, no concelho de Sesimbra (Setúbal), mas vai ser transferida para a Altice Arena e zona circundante, tendo em conta a declaração de estado de contingência decretada pelo Governo.
Segundo a autarquia, apesar de todas as propostas de reforço de segurança apresentadas, os pareceres negativos da Autoridade Nacional de Proteção Civil e da GNR foram decisivos e inviabilizaram o evento naquele concelho.
A Câmara Municipal de Sesimbra diz lamentar este desfecho, "que deita por terra o trabalho de muitos meses, desenvolvido por uma imensa equipa que tem estado no terreno a dar o seu melhor para reerguer aquele que é um dos maiores festivais de Portugal".
Além disso, adianta a autarquia, esta deslocalização afasta do concelho de Sesimbra um evento com a dimensão e visibilidade do SBSR, tendo "impacto negativo para a promoção do território e do turismo".
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara, Francisco Jesus (CDU), disse que "há uma dimensão clara que tem a ver com o impacto direto para a economia local no que respeita à restauração e alojamento e, numa segunda dimensão não mensurável, da visibilidade de Sesimbra e, particularmente, da zona do Meco associada a este festival".
Francisco Jesus salientou não ter ainda números do impacto da deslocalização do festival, mas que já tem informações de cancelamentos nas unidades hoteleiras devido à mudança.
Não sendo determinante para o turismo, adiantou, o festival é, contudo, "uma mais-valia".
"Fizemos os possíveis para que fossem encontradas soluções para a realização do festival. Não foi possível. Vamos esperar que no próximo ano haja essas condições", disse.
Na nota divulgada na sua página, a autarquia recorda que o Super Bock Super Rock não se pôde realizar durante os dois anos de pandemia e passou por tempos muito difíceis, tal como a maioria dos eventos culturais e dos trabalhadores deste setor.
"Quando o festival se preparava para regressar em força este ano, para uma edição que prometia ficar na história, surge este impedimento, novamente por razões inesperadas, quando o recinto estava praticamente pronto e a poucos dias do início", refere.
A Câmara Municipal de Sesimbra acrescenta que, com a capacidade demonstrada pela organização, não tem dúvida que "a equipa conseguirá criar uma alternativa de grande qualidade no Altice Arena, que lhe permita minimizar as perdas" e que, por parte autarquia, fica a garantia da disponibilidade total para continuar a colaborar com o festival, na esperança que em 2023 o Super Bock Super Rock volte ao seu ambiente natural, o Meco, sem limitações.
Portugal continental entrou na segunda-feira em estado de contingência, devido às previsões meteorológicas que apontam para temperaturas muito elevadas nos próximos dias, com o esperado agravamento de risco de incêndios florestais.
A declaração do estado de contingência deve terminar às 23:59 de sexta-feira, mas o Ministério da Administração Interna (MAI) admitiu que poderá "ser prolongada caso seja necessário". Esta declaração proíbe o acesso, circulação e permanência nos espaços florestais, assim como a realização de trabalhos, nessas áreas.
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