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"Diplomacia portuguesa está permanentemente a intervir"

O Presidente da República afirmou hoje que a diplomacia portuguesa está "permanentemente a intervir", ao referir-se ao conflito entre a Ucrânia e a Rússia, e considerou que, um mês após a invasão, o povo ucraniano mostrou vontade de ser soberano.

"Diplomacia portuguesa está permanentemente a intervir"
Notícias ao Minuto

21:02 - 25/03/22 por Lusa

País Ucrânia

"A ajuda política prossegue. A diplomacia portuguesa está permanentemente a intervir", disse Marcelo Rebelo de Sousa, em Fátima, onde hoje participou, no santuário, no Ato de Consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria.

Segundo o chefe de Estado, "há, ao mesmo tempo, embaixadores portugueses por toda a parte que estão a intervir em organizações internacionais no diálogo bilateral, porque todos os dias se discute e discute ao mais alto nível a posição dos vários países sobre as questões mais variadas", como as sanções.

"E os nossos embaixadores (...) estão, permanentemente, a ter contactos com os pares, nomeadamente, os pares envolvidos mais diretamente neste conflito, porque a diplomacia faz-se em todo o mundo, a diplomacia hoje é global", notou.

Questionado o apoio de Portugal e de que forma o país pode ajudar mais a Ucrânia, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que "ainda há poucos dias, no Conselho Superior de Defesa Nacional, foi ratificado um conjunto de decisões que significam, para a capacidade portuguesa, um contributo muito importante".

O Presidente da República apontou, igualmente, o contributo social, que é "para a população portuguesa muito significativo", no apoio aos milhares de refugiados que já chegaram.

"Isso significa que a generosidade dos portugueses, a capacidade das instituições, a presença do poder político, a aplicação das medidas económicas, tudo vai no sentido de ajudar a ultrapassar a situação da guerra e abrir caminho para a paz", declarou.

O chefe de Estado adiantou que num mês de conflito "o povo ucraniano mostrou uma vontade de ser um povo soberano" e que "esse foi o erro da parte adversária, achar que não havia essa vontade".

"Nós que conhecemos a descolonização sabemos que quando os povos querem ser independentes, querem ser independentes", declarou, assinalando que "o tempo não volta para trás".

Para Marcelo Rebelo de Sousa, "a própria natureza da intervenção uniu mesmo alguns que, provavelmente, tinham proximidades geográficas e culturais à Rússia".

Sobre a celebração no Santuário de Fátima, destacou que "o grande momento emocionante desta consagração" foi quando se rezou um mistério do Terço nas línguas ucraniana e russa.

"Isso significa que é possível haver, naturalmente, e deve haver diálogo e deve haver ultrapassagem das armas e o encontro da paz", destacou, considerando que o Papa Francisco "tem feito tudo o que é possível para que isso seja uma realidade mais depressa do que mais devagar".

À pergunta se o Papa daria um moderador eficaz para o conflito que opõe Kiev a Moscovo, Marcelo Rebelo de Sousa observou que Francisco "faz os contactos que devem ser feitos e, ao fazer isso, está a intermediar", assinalando que "a Santa Sé tem uma diplomacia que, muitas vezes não é visível, mas é muito eficaz e é uma diplomacia que tem centenas de anos".

Confrontado sobre o papel que as igrejas Católica e Ortodoxa podem ter na paz entre os dois países, o Presidente da República declarou não ter dúvidas, considerando que o diálogo entre todas "é fundamental e pode facilitar o diálogo entre os líderes".

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos, entre os quais 120 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,7 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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