A ação, apoiada por especialistas da polícia europeia em crimes ambientais, contou com a participação da Autoridade de Segurança Alimentar Económica (ASAE), da Polícia Marítima, e do Serviço de Proteção de Natureza da Guarda Civil espanhola, tendo decorrido em 23 e 24 de junho e 30 de julho, na fronteira entre Portugal e Espanha.
Segundo a Europol, a amêijoa-japonesa ali apanhada é habitualmente distribuída em Portugal, Espanha, França e Itália e constitui "um sério risco" para a saúde dos consumidores.
Só este ano, a venda dos bivalves terá rendido aos 11 detidos 1,6 milhões de euros.
O valor das mais de sete toneladas de amêijoa-japonesa apreendidas em junho e julho ascenderá a 150 mil euros.
"O 'modus operandi' [modo de atuação] criminal é simples: amêijoas apanhadas ilicitamente são armazenadas e mantidas vivas em contentores de água para serem posteriormente introduzidas no mercado legal. Para tal, os criminosos usam documentação falsa, evitando assim quaisquer medidas administrativas ou de inspeção sanitária", refere, na nota, a Europol.
As autoridades acreditam que a atividade está associado ao tráfico de seres humanos, com os apanhadores, "muitas vezes imigrantes irregulares", a receberem entre um euro e um euro e meio por cada quilo pescado.
Já os lucros do crime são branqueados "de diversas maneiras", incluindo "a compra e revenda de veículos de luxo".
Nesta operação, foram apreendidos sete veículos.
"Os suspeitos podem enfrentar acusações de crime ambiental, lavagem de dinheiro, fraude documental, bem como de fraude alimentar e da saúde humana", adianta a polícia europeia.
A investigação começou em abril deste ano, depois de a Guarda Civil ter apreendido um carregamento de 235 quilos de amêijoas e partilhado a informação com a Europol.
O consumo de amêijoas contaminadas pode causar intoxicações alimentares, gastroenterites e hepatites.
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