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Mulheres líderes citadas em apenas 25% das mensagens no Twitter

Estudo analisou mais de 11 milhões de mensagens. Mulheres líderes representam apenas 25% das mensagens nas conversas sociais.

Mulheres líderes citadas em apenas 25% das mensagens no Twitter
Notícias ao Minuto

15:49 - 08/03/22 por Notícias ao Minuto

País Mulheres

As mulheres líderes estão sub-representadas nas conversas sociais, representando apenas 25% das mensagens, de acordo com o relatório ‘Mulheres líderes no limiar da visibilidade. Análise das conversas digitais sobre mulheres líderes na política, negócios e jornalismo’, elaborado pela LLYC.

O relatório resulta da análise de 11,5 milhões de mensagens publicadas no Twitter, durante um ano, em perfis de 360 homens e 360 mulheres líderes na política, negócios e jornalismo em 12 países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, Estados Unidos, México, Panamá, Peru, Portugal e República Dominicana). Os dados revelam que na amostra, apenas 25,76% das mensagens citavam mulheres – 1 em cada 4 mensagens. Já os líderes masculinos são três vezes mais representados do que os seus homólogos femininos. 

“A situação é pior em países como Portugal (17,1%), os Estados Unidos (18,3%) e o Equador (19,5%), que estão bem abaixo da média. Contudo, há uma presença igual no Peru (50,6%) e no Panamá (47,2%), e a República Dominicana destaca-se excecionalmente, com 71,5% das mensagens transmitidas sobre as mulheres”, destaca a LLYC.

Além disso, o relatório revela que é “particularmente preocupante” a muito baixa visibilidade das mulheres empresárias, com menos de uma em cada 100 mensagens (1%). 

Nas áreas analisadas, é o jornalismo que tem a maior visibilidade feminina - 47,4% das conversas neste campo referem-se a mulheres jornalistas influentes. “A visibilidade das mulheres jornalistas é significativamente maior do que a dos homens nos EUA (mais 25%) e, das três áreas estudadas, a maior percentagem de menções para as mulheres encontra-se na América Latina (37,07% do total)”, indica a consultora. Já na Argentina, Chile e Panamá, verificou-se que a visibilidade das mulheres políticas estava uniformemente distribuída. 

“Em comparação com países como o Equador ou Portugal, onde as mulheres políticas recebem um quinto da atenção dada aos seus colegas masculinos, há um volume de conversas praticamente igual nos dois países do Cone Sul e no Panamá. Em Espanha, apesar da maioria de mulheres ministras, os homens ainda geram mais conversas”, lê-se.

O estudo demonstra ainda diferenças “evidentes” no tratamento de mulheres e homens: enquanto as mulheres recebem mais demonstrações de afeto, são também tratadas de forma mais infantil e associadas, em muitas mais ocasiões, à relação com o seu parceiro ou familiar, por exemplo “mulheres de”, “esposas de”. As conclusões demonstram, por exemplo que, a palavra "sexy" é três vezes mais frequentemente associada às mulheres do que aos homens.

É ainda de realçar que, neste campo, as mulheres empresárias voltam a ser as mais afetadas, uma vez que são criticadas por comportamentos associados à sua visibilidade. Por exemplo, “as mulheres empresárias são punidas por serem ambiciosas (27% mais do que os homens), mas também a empatia ou a ajuda são criticadas duas vezes mais severamente do que os homens. Qualidades teoricamente objetivas como a independência (13%) e a competitividade (8%) são classificadas negativamente em geral, e particularmente críticas para as mulheres”. 

Por outro lado, o estudo mostra que, nos 12 países analisados, a conversa mais violenta envolve homens, representando 3,65% de todas as conversas. Os homens de negócios são mais propensos a enfrentar este tipo de agressão verbal e, entre as mulheres, as jornalistas são as mais expostas. 

José Antonio Llorente, sócio fundador e presidente da LLYC, considera que, “a visibilidade do talento feminino é claramente um acelerador da igualdade, mas ainda é muito baixa em áreas como os negócios”. “Infelizmente, uma jovem mulher que seja ativa nas redes e aspira a gerir uma empresa só verá um homem a fazê-lo no Twitter. Esta análise procura encontrar respostas sobre a razão pela qual muitas mulheres ainda não ultrapassam o limiar da visibilidade”, indica em comunicado.

O relatório defende que é urgente aumentar a visibilidade das mulheres líderes, especialmente nos negócios, "uma tarefa de todos", e que quanto mais mulheres forem referidas nas conversas, “mais rapidamente os preconceitos de perceção são corrigidos”. Além disso, a LLYC considera que  os esforços de moderação das redes sociais são fundamentais, que a  objetificação e a infantilização das mulheres são facilmente evitáveis e que a agenda da igualdade também deve ser defendida por homens.   

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