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"Relvas e Gaspar casaram com a culpa mas divórcios foram amigáveis"

Ricardo Araújo Pereira dedica a sua crónica desta semana, na revista Visão, a três personalidades da política nacional, Miguel Relvas, Vítor Gaspar e Jorge Coelho, que em comum têm, na opinião do humorista, o facto de terem casado brevemente “com a culpa”, em diferentes circunstâncias, e cujos “divórcios [foram] muito amigáveis”. O que, satiriza, torna “a comunicação com os mortos” muito mais fácil.

"Relvas e Gaspar casaram com a culpa mas divórcios foram amigáveis"
Notícias ao Minuto

13:52 - 14/03/14 por Ana Lemos

País Ricardo Araújo Pereira

‘O nosso homem do FMI’ é o título da crónica que Ricardo Araújo Pereira assina, esta quinta-feira, na revista Visão, na qual defende que “o grande erro das pessoas que dizem falar com os mortos é o aparente sucesso da comunicação”, para se referir especificamente a três personalidades da política nacional que desapareceram na sequência de casos ‘incómodos’ para reaparecerem, tempos mais tarde, como se nada fosse.

“[Jorge] Coelho, [Miguel] Relvas e [Vítor] Gaspar, cada um à sua maneira, casaram todos com a culpa. Mas foram casamentos breves, e os divórcios muito amigáveis”, escreve o humorista e comentador televisivo, destacando porém que “a comunicação com os mortos faz-se sempre sem problemas” porque “nenhum morto diz: ‘Não me recordo’, ‘pode repetir a pergunta?’, ‘desculpe, enganei-me, não era bem isso que eu queria dizer’”.

Ricardo Araújo Pereira dá um exemplo concreto para ilustrar a sua ‘tese’: “Ainda esta semana, Vítor Gaspar, que eu julgava já não estar entre nós, deu uma entrevista em que dizia ser ‘insultuoso ser considerado o quarto elemento da troika’ [mas] dias depois, apareceu uma notícia intitulada: ‘Gaspar confirmado em alto cargo do FMI’”. Pelo que, questiona se “é possível achar insultuoso ser considerado um elemento da troika enquanto se integra um organismo da troika? Talvez. (…) Resta esperar que Gaspar possa fazer por nós, junto do FMI, apenas metade do que fez pelo FMI junto de nós”.

“Mais ou menos na mesma altura”, prossegue o humorista, “Miguel Relvas reapareceu também, sacudindo poeira e teias de aranha, para integrar um órgão do PSD. (…) Relvas disse que ia explicar (…) o mistério de ter aceitado o convite” mas, sublinha, “não precisa de explicar porque (…) já sabemos que os aceita quase todos. Misterioso é o facto de ele continuar a ter convites para aceitar”.

Mas, “antes de tudo isto, já Jorge Coelho tinha aparecido no PS. Tinha saído do Governo na sequência da queda da ponte de Entre-os-Rios, ‘para que a culpa não morresse solteira’”, acontece que, acrescenta, “entretanto, a culpa, (…) deve ter falecido, e o antigo ministro foi CEO da Mota-Engil já viúvo da culpa. Até porque seria estranho que um homem casado com a culpa por um episódio de desmoronamento de uma construção fosse comandar uma empresa de construções”.

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