A Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) anunciaram hoje que os dados relativos a 2020 quanto aos números do vírus da imunodeficiência humana (VIH) em Portugal não serão divulgados a no Dia Mundial da SIDA, assinalado a 1 de dezembro, como habitualmente.
Em causa está a falta de “abrangência e representatividade de dados que permitiria conhecer a dimensão, as características atuais da infeção, e compreender a sua evolução temporal”, referem os organismos, em comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso.
A pandemia surge como explicação, uma vez que “determinou a necessidade de desenvolvimento, atualização e gestão de múltiplas ferramentas de monitorização das suas várias dimensões, o que resultou no desvio dos recursos disponíveis, à semelhança do que se verificou noutros setores envolvidos na resposta à pandemia, no nosso e noutros países”, acrescentam.
A situação epidemiológica impossibilitou, assim, “a recolha atempada da informação necessária à elaboração do relatório”.
“Os indicadores em saúde valem acima de tudo por reproduzir fielmente a realidade. Só assim é possível analisar o efeito das opções estratégicas e fundamentar a tomada de decisões. Nas atuais condições, com os dados disponíveis para os anos mais recentes, não existe essa garantia”, sublinham a DGS e o INSA.
Contudo, o Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e Infeção pelo VIH assegura “todo o seu empenho” para que o relatório seja divulgado até 30 de abril de 2022, contando com o compromisso dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) na solução de problemas no programa informático SI.VIDA, “essencial para a recolha, gestão e divulgação da realidade da epidemia VIH em Portugal”.
Leia Também: VIH infeta uma criança a cada dois minutos no mundo