Orçamento de Estado do próximo ano "promove a escravatura dos médicos"
Bastonário dos médicos acusa o Governo de estar "a brincar com as pessoas".
© Miguel Guimarães
País Ordem dos Médicos
O bastonário da Ordem dos Médicos acusou o Governo, este sábado, em entrevista à SIC Notícias, de estar "a brincar com as pessoas".
Miguel Guimarães comentava o Orçamento de Estado (OE2022) do próximo ano, que considera desvalorizar carreiras, salários e a inovação.
"Temos um Orçamento que não apresenta verdadeiramente soluções para o que está a falhar na saúde [...]. É evidente que estamos num beco sem saída. Numa altura em que o Orçamento do Estado vem promover o trabalho extraordinário dos médicos, a Sra. ministra da Saúde e o Sr. ministro das Finanças estão a brincar com as pessoas, estão a promover a escravatura dos médicos", afirmou.
Tanto médicos, como enfermeiros, técnicos de emergência e farmacêuticos anunciaram greves para outubro e novembro em resposta à proposta do OE2022 apresentada esta semana pelo Executivo. Os profissionais de saúde consideram que o documento fica aquém do necessário no setor.
Questionado sobre a possibilidade de as greves virem a ser desconvocadas, o bastonário recusou essa ideia, defendendo que os "sindicatos têm toda a razão" para protestar.
"Quando os sindicatos decidem fazer greve, estão a utilizar a medida mais drástica que existe de contestação [...]. Ou o Sr. primeiro-ministro vai mudar o Orçamento, ou é evidente que as greves vão ser inevitáveis. As pessoas já não acreditam no Governo", atirou.
Antes de terminar a sua intervenção. Miguel Guimarães garantiu ainda que o SNS "funciona hoje como funcionava há 40 anos".
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