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Agenda para Saúde propõe medidas desenhadas pelos jovens

O Conselho Nacional de Saúde apresenta hoje a Agenda da Juventude para a Saúde 2030, um documento que congrega mais de 30 medidas divididas por quatro áreas de atuação que os próprios jovens consideram prioritárias.

Agenda para Saúde propõe medidas desenhadas pelos jovens
Notícias ao Minuto

07:12 - 21/05/21 por Lusa

País Jovens

Esta agenda centra-se em temas que as "crianças e jovens consideraram prioritárias para a sua saúde na próxima década: a promoção do bem-estar físico e psicológico, a educação para a sexualidade, a prevenção do tabagismo e de outros comportamentos aditivos, a promoção da alimentação saudável e da atividade física e a prevenção da violência (incluindo o bullying e cyberbullying)", refere o documento a que a Lusa teve acesso.

Depois de um período de consulta pública, o documento, que contou com a colaboração da Direção-Geral da Educação (DGE) e da Federação Nacional das Associações Juvenis (FNAJ), vai ser hoje apresentado à ministra da Saúde, Marta Temido.

A agenda resulta da auscultação de centenas de jovens através de grupos focais, de questionários, debates em meio escolar e `webinares´ e está dividida em quatro níveis de atuação: informação e formação em saúde promotora de comportamentos saudáveis, garantia de acesso a cuidados de saúde, fomento de ambientes saudáveis e participação dos jovens na definição e avaliação de intervenções em saúde.

Relativamente à primeira área, a agenda propõe que a informação em saúde -- relativa ao bem-estar físico e psicológico, alimentação saudável, atividade física, sexualidade, violência, bullying e cyberbullying -- deve ser apresentada numa linguagem adequada aos vários grupos etários, estar acessível nas plataformas digitais e ser amplamente divulgada em campanhas desenhadas para e com crianças e jovens.

Além disso, refere que as atividades de promoção da saúde devem estar integradas nas atividades letivas regulares, defendendo ainda que os alunos, os encarregados de educação e o pessoal docente e não docente devem conhecer os sinais de alerta para identificar perturbações na saúde psicológica, vítimas de violência, bullying e cyberbullying, e ter conhecimento sobre como agir e onde obter apoio.

Quanto à área de atuação do acesso a cuidados de saúde, avança que, para além do acesso de todos os jovens a uma equipa de saúde familiar, as unidades de saúde devem estar dotadas de psicólogos, nutricionistas, médicos dentistas e assistentes sociais para uma resposta integrada e transversal.

O documento preconiza ainda que o planeamento familiar deve ser alargado a todos os jovens, sem limitação de género, seguindo uma visão de saúde sexual e mantendo a gratuitidade.

"Nesse sentido, as consultas de planeamento familiar poderiam ser renomeadas como consultas de saúde sexual, devendo decorrer em contextos e formatos amigáveis para os jovens e sem juízos de valor, numa intervenção baseada no melhor conhecimento atual", recomenda.

Outra das medidas propostas no documento é que a opinião das crianças e jovens deve ser tida em conta no planeamento e organização dos serviços de saúde, nomeadamente, na proposta e desenho de novos programas e projetos, os quais devem ser acompanhados e avaliados com a sua participação.

Na área do fomento de ambientes saudáveis, uma das medidas propostas indica que as crianças, os jovens e as suas famílias têm o direito a ter acesso a produtos alimentares saudáveis, devendo ser criadas formas como `vouchers´, que facilitem o acesso à aquisição desses alimentos.

Além disso, defende que o preço do tabaco, do álcool e de alimentos ricos em açúcar, gorduras saturadas ou sal devem desincentivar a sua aquisição e que as políticas fiscais devem ainda incentivar a compra de alimentos saudáveis e promover a atividade física.

A quarta área de atuação - acesso à participação na decisão, desenho, implementação e avaliação de intervenções em saúde -- destaca que deve ser promovido o respeito pela diferença e reduzir o estigma e discriminação perante qualquer diferença, seja ela racial, étnica, de género, de identidade ou outra.

O Conselho Nacional de Saúde é um órgão independente de consulta do Governo, que visa garantir a participação dos utilizadores do Serviço Nacional de Saúde na definição de políticas desta área.

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