Champions no Porto? "É uma demonstração de insensibilidade" sobre o clima
Ocorrência da final de futebol em Portugal terá "consequências significativas para o clima", com emissões de dióxido de carbono "na ordem das cinco mil toneladas", denota a associação ZERO. Impacto climático podia ser evitado se o jogo fosse em Inglaterra.
© Getty Images
País Zero
A Associação Sistema Terrestre Sustentável (ZERO) lamentou, esta segunda-feira, a falta de acordo para realização do jogo em Inglaterra da final da Liga dos Campeões.
"A ZERO considera que a realização da final da Liga dos Campeões de futebol entre o Manchester City e o Chelsea, a 29 de maio, no Estádio do Dragão no Porto é uma enorme demonstração de insensibilidade ambiental e de desrespeito por um dos maiores problemas que a humanidade atravessa: as alterações climáticas", defendeu a associação, num comunicado enviado esta tarde às redações.
De acordo com a organização, considerando que vão disputar duas equipas inglesas na final "é inaceitável como não foi possível chegar-se a acordo para a realização da final no próprio país".
"Esta falta de entendimento tem consequências ainda significativas para o clima. Se considerarmos apenas os 12 mil adeptos que estão previstos deslocar-se desde o Reino Unido ao Porto no próprio dia do evento, as viagens de avião associadas implicam emissões de dióxido de carbono, o principal gás de efeito de estufa causador do aquecimento global e consequentes alterações climáticas, na ordem das cinco mil toneladas, mais precisamente 5.040 toneladas", analisou a ZERO, sublinhando que nestes cálculos não foram incluídas as deslocação das próprias equipas e convidados.
Ainda que o valor em causa não tenha "praticamente expressão" à escala das emissões de Portugal em 2019, a associação reiterou que "cerca de 0,01%" de emissões de dióxido de carbono "não deixa de ser uma contribuição perfeitamente evitável e contrastante com os objetivos de sustentabilidade ambiental que deveriam ser perseguidos pela UEFA".
As negociações para usar o Estádio de Wembley, na final da Champions, terminaram, na passada segunda-feira, por não haver entendimento entre o governo britânico e a UEFA, em particular, porque a entidade "exigia exceções ao regime de quarentena em vigor para os milhares de convidados, VIP, patrocinadores e jornalistas".
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