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Subdiretor-geral da saúde diz que a testagem não pode ser feita "à toa"

O subdiretor-geral da saúde, Rui Portugal, defendeu hoje que a testagem à Covid-19 deve ser feita em função das circunstâncias, não pode ser feita "à toa" e disse que o modelo não pode ser rígido.

Subdiretor-geral da saúde diz que a testagem não pode ser feita "à toa"
Notícias ao Minuto

17:54 - 17/02/21 por Lusa

País Coronavírus

Rui Portugal considerou que, tendo em vista o processo de desconfinamento, "a testagem pode ser uma boa forma, mas não uma testagem à toa".

Ouvido hoje na Assembleia da República, na comissão eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19 e do processo de recuperação económica e social, na qualidade de ex-coordenador do Gabinete Regional de Intervenção para a Supressão da covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo, Rui Portugal sublinhou que "a testagem tem de ser pensada em termos do que são as circunstâncias e os tipos de testes".

O subdiretor-geral da saúde frisou que, em junho, os testes à disposição tinham características diferentes dos atuais "e muito provavelmente" diferentes dos que podem ser utilizados "daqui a um mês ou dois".

"A testagem tem de ser bem pensada, a testagem pode ser prejudicial, a testagem tem de saber ler", enfatizou Rui Portugal.

O responsável é da opinião que a realização de testes sistemáticos a doentes "à posteriori" pode originar más práticas.

"Podemos estar a testar e inclusivamente a dar resultados positivos não ao vírus com viabilidade em termos de transmissão, mas ao vírus tipo partícula, e vamos reter pessoas durante meses, eventualmente até por exagero, só porque estamos a testar, sabendo nós que a história natural da doença nos diz e nos alinha relativamente a outras práticas", realçou hoje Rui Portugal.

Dando o exemplo da Eslováquia, o subdiretor-geral da saúde frisou que "as diferentes estratégias de testagem por vezes não têm os resultados pretendidos", e salientou a importância de "testar bem para abrir mais a economia" e proteger a população.

"Não é necessário ter modelos rígidos, perdendo com isso boas práticas", referiu Rui Portugal, acrescentando: "não é verdade que só há um modelo, o modelo é adaptativo e o modelo é relativamente ao país".

Rui Portugal acentuou que a testagem deve ser reforçada nos grupos onde se regista elevada mortalidade, como lares ou unidades de cuidados continuados, mesmo após a vacinação, por a sua eficácia não ser total e os ensaios clínicos indicarem que a inoculação tem uma eficácia diferente nas várias faixas etárias.

O subdiretor-geral da saúde, que se manifestou "particularmente sensível às questões" relacionadas com o novo coronavírus, por ter perdido a mãe há dois meses, vítima da doença, sublinhou que a testagem, nomeadamente através de testes rápidos complementares, pode reduzir os riscos em algumas atividades profissionais.

"Parece-me que a testagem, com os novos métodos que temos, eventualmente os novos métodos que vamos ter, pode possibilitar a alguns tipos de grupos e atividades profissionais melhorar as questões de segurança relativamente àquilo que é a exposição em termos do vírus e potenciais surtos que possam existir nesses mesmos grupos", salientou Rui Portugal.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.419.730 mortos no mundo, resultantes de mais de 109,4 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 15.649 pessoas dos 790.885 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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