Câmara do Porto avalia projeto para criar 122 novos fogos e comércios

Um projeto para criar 122 novos fogos, escritórios, comércio e uma nova rua nos terrenos da antiga Companhia Aurifícia, uma unidade fabril instalada na década de 1860 em Cedofeita, está em andamento nos serviços de urbanismo da Câmara do Porto.

Companhia Aurifícia

© Património Cultural - Instituto Público

Lusa
26/08/2025 09:35 ‧ há 3 horas por Lusa

País

Porto

O antigo complexo industrial da Companhia Aurifícia está inserido num terreno com uma área de mais de 19 mil metros quadrados e este novo projeto pretende a criação de uma nova via que vai ligar a rua dos Bragas à rua de Álvares Cabral, dividindo a área em duas parcelas cujas obras de urbanização estão ainda a ser licenciadas em dois processos distintos.

 

Para já, a Câmara do Porto aprovou, a 21 de fevereiro deste ano, um Pedido de Informação Prévia (PIP) para "a criação de duas parcelas destinadas a comércio, serviços e habitação".

De acordo com uma memória descritiva datada de dezembro, anexada ao PIP e consultada pela Lusa, na primeira parcela vão ser reabilitados seis edifícios pré-existentes e que estão classificados como Conjunto de Interesse Público.

Projeto prevê a criação de prédios habitacionais com quase 300 lugares de estacionamento subterrâneos

Dos seis, há dois edifícios que vão ser destinados a habitação, outro a "serviços", um será adaptado a escritórios, e um edifício que correspondia à casa do proprietário da Companhia, dada a sua "espacialidade única", vai ser reconvertido num restaurante.

Um sexto edifício, também destinado a escritórios ou comércio, vai resultar da junção de dois edifícios existentes virados para a rua de Álvares Cabral e que até agora funcionavam como armazém e garagens. As fachadas vão ser mantidas, mas o interior vai ser todo reconstruído.

Já na segunda parcela, que é atravessada pelo manancial de Paranhos, vão ser construídos dois edifícios novos destinados a habitação.

De acordo com o aprovado em sede de PIP, este novo projeto prevê a criação de estacionamento apenas privado, nomeadamente 252 lugares, em "caves enterradas".

A nova rua que será criada vai fazer coexistir circulação viária, ciclável e pedonal, mas o trânsito automóvel vai ser condicionado, estando apenas prevista a passagem de veículos de forças de segurança e proteção civil.

Para além da criação desta nova via, 400 metros quadrados da área a ser cedida ao domínio público estão destinados a áreas verdes.

Projeto quer preservar "elementos históricos" dos edifícios

Numa memória descritiva, é escrito que um dos objetivos do projeto é "preservar elementos históricos existentes, como percursos (carris e pavimentos), vegetação e elementos da antiga fábrica, que adquiram agora um caráter quase escultório, de assinalar a memória do lugar".

Em relação ao processo de licenciamento, a Câmara do Porto esclareceu à Lusa que "o projeto de arquitetura (de ambas as parcelas) não foi aprovado e encontra-se a aguardar os pareceres de entidades externas e serviços municipais".

O projeto foi entregue ao gabinete de arquitetura portuense Ventura + Partners e o dono da obra é a Companhia Aurifícia - Sic Imobiliária Fechada, S.A., uma sociedade detida por Vasco Pacheco Couto, que até 2018 pertencia à administração da empresa Telhabel, e pelo investidor suíço Daniel Klein.

Em dezembro de 2012, o Governo classificou como Conjunto de Interesse Público a Companhia Aurifícia, referindo tratar-se de um "património excecional" e "o exemplo mais bem preservado e coerente de uma instalação industrial dos séculos XIX-XX na área metropolitana do Porto".

Em 2013, a Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitetos promoveu um concurso internacional de ideias para o quarteirão da Aurifícia, tendo ganho uma proposta para um hotel, uma residência para artistas, uma galeria para artistas e um parque público.

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