A Polícia Judiciária (PJ) deteve sete pessoas, esta terça-feira, 26 de agosto, em várias cidades do Centro e Sul do país, por suspeitas da prática de crimes de extorsão agravada, mais propriamente de 'sextortion', e branqueamento de capitais.
Num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, os inspetores revelam que no dia de hoje realizaram 14 buscas domiciliárias e nao domiciliárias em Albufeira, Almada, Aveiro, Moita, Montijo, Setúbal e Sintra, que culminaram na detenção de sete suspeitos - cinco homens e duas mulheres -, com idades compreendidas entre os 20 e os 46 anos.
A maioria dos detidos dedicava-se exclusivamente a este esquema ilícito, que constitui o seu principal meio de subsistência.
Suspeitos convenciam vítimas a partilhar fotos íntimas
A investigação, iniciada no passado mês de fevereiro, permitiu apurar que os suspeitos, mediante a utilização de identidades falsas nas redes sociais, principalmente Facebook e WhatsApp, estabeleciam contacto com as vítimas e convenciam-nas a partilhar imagens de cariz íntimo e do foro sexual.
Posteriormente, os suspeitos chantageavam as vítimas, ameaçando divulgar os conteúdos íntimos, caso estas não lhes entregassem "elevadas quantias monetárias".
De acordo com a PJ, a atividade criminosa terá rendido ao grupo centenas de milhares de euros.
Número de vítimas ainda não foi totalmente apurado
Durante a operação 'Eleutherios', além dos mandados de detenção emitidos pelo Departamentos de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Coimbra, foram apreendidos equipamentos informáticos, documentação bancária e "outros elementos de prova relevantes".
Apesar disso, a PJ continua a desenvolver diligências de investigação no sentido de apurar a extensão da atividade criminosa dos arguidos, designadamente o número de vítimas atingidas.
Os detidos serão agora presentes às autoridades judiciárias competentes para primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação.
No comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, a PJ aproveitou para deixar alguns conselhos sobre o uso das redes sociais, de forma a evitar dissabores.
"O uso das redes sociais não deve envolver exposição íntima e sexual dos seus utilizadores" e a utilização das webcams deve ser "prudente" de forma a evitar "consequências de devassa grave da vida pessoal e profissional, bem como de vitimização em termos de extorsão e de humilhação".
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