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Correspondentes com expectativas comedidas sobre presidência portuguesa

Correspondentes em Bruxelas de destacados 'media' europeus têm expectativas comedidas sobre a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), mas esperam avanços em 'dossiês' chave, como a recuperação económica e a vacinação contra a covid-19.

Correspondentes com expectativas comedidas sobre presidência portuguesa
Notícias ao Minuto

09:10 - 31/12/20 por Lusa

País Bruxelas

A dias do início da presidência portuguesa, em 01 de janeiro, a Lusa ouviu as expectativas de jornalistas das agências italiana, ANSA, francesa, AFP, e eslovena, STA, e dos jornais alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung e belga Le Soir.

"Tendo em conta que vamos enfrentar outro ano de crise económica, espero que Portugal traga para o Conselho a sua experiência de sucesso na gestão de períodos difíceis e na tomada de decisões ambiciosas ao nível económico", sublinha a correspondente em Bruxelas da agência de notícias italiana ANSA, Chiara de Felice, à Lusa.

Para a jornalista italiana, o progresso em pastas económicas como a reforma do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) deve ser uma prioridade para Portugal até para "facilitar o diálogo entre o norte e o sul da Europa".

Também Elodie Lamer, do jornal belga Le Soir, refere à Lusa que a solidariedade entre Estados-membros da UE será um dos temas a que Portugal deverá prestar atenção, nomeadamente no que se refere à vacinação contra a covid-19.

"Tenho curiosidade em ver como é que a presidência [portuguesa] irá gerir o debate migratório e organizar a coordenação contra a covid-19, sobretudo para evitar que os países não se dividam na corrida às doses da vacina", frisa a jornalista belga.

Elodie Lamer acrescenta ainda que "tem a impressão" que está a "aumentar a pressão" nas instituições europeias para que "Portugal ouse fazer aquilo que muitas outras presidências não quiseram", nomeadamente "obrigar a votar sobre a proposta de transparência fiscal país por país".

Christian Spillmann, da agência de notícias francesa AFP, também sublinha que "as ambições existem" para a presidência portuguesa, especialmente devido à "dimensão social da recuperação económica" que Portugal prioriza, mas não espera "grande coisa" do semestre português porque irá continuar a lidar com as consequências da pandemia, tais como a necessidade de conduzir reuniões por videoconferência.

O jornalista francês refere, no entanto, que a França será o primeiro país a suceder ao trio de presidências em que se inclui Portugal, assegurando a sua presidência no primeiro semestre de 2022, e que, como tal, estará atento para ver como Portugal "prepara o terreno".

"Emmanuel Macron estará nessa altura a preparar a corrida para a reeleição e, se os 'dossiês' confiados a Portugal e à Eslovénia não avançarem muito, então há poucas chances que sejam concluídos durante uma presidência francesa a meio gás", sublinha o jornalista francês.

No âmbito do trio de presidências composto pela Alemanha, Portugal e Eslovénia, também Petra von Wüllerstorff, da agência de notícias eslovena STA, refere que irá "seguir de perto" os desenvolvimentos da presidência portuguesa porque "irão determinar significativamente a agenda da presidência eslovena".

"Acho que os assuntos chave nos próximos seis meses serão a covid-19 e a recuperação, o 'Brexit', a migração e a autonomia estratégica", refere a jornalista eslovena.

Já o correspondente do jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, Thomas Gutschker, que seguiu a presidência alemã que agora termina, refere que "as presidências são sobrestimadas", porque "a agenda de Bruxelas é guiada pelo programa de trabalho da Comissão e por circunstâncias imprevistas", mas espera avanços em certas pastas relacionadas com os assuntos externos.

"Para a presidência portuguesa, será importante melhorar as relações da UE com África, com uma provável cimeira em Bruxelas na agenda", refere o jornalista alemão.

TEYA // MDR

Lusa/Fim

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