Hell's Angels. Todos os 89 arguidos vão a julgamento
Os arguidos estão acusados de crimes como associação criminosa, tentativa de homicídio qualificado agravado pelo uso de arma, ofensa à integridade física, extorsão, roubo, tráfico de droga e posse de armas e munições, entre outros ilícitos.
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País Hell's Angels
O juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), Carlos Alexandre, decidiu que todos os 89 arguidos do processo Hell´s Angels vão a julgamento, adianta a SIC Notícias.
Os arguidos estão acusados de crimes como associação criminosa, tentativa de homicídio qualificado agravado pelo uso de arma, ofensa à integridade física, extorsão, roubo, tráfico de droga e posse de armas e munições, entre outros ilícitos.
Segundo um dos advogados ligados ao processo, o juiz decidiu pronunciar todos os arguidos "nos exatos termos da acusação", sendo que agravou a medida de coação imposta a muitos dos arguidos, colocando mais de 50 deles em obrigação de permanência na habitação, vulgarmente designada por prisão domiciliária.
O despacho de pronúncia de Carlos Alexandre tem mais de mil páginas, adiantou ainda a mesma fonte.
Recorde-se que, nas alegações do debate instrutório, ocorrido em 20 de julho, o Ministério Público (MP) pediu a ida a julgamento de todos os arguidos, sustentando que todos praticaram os crimes que constam na acusação, que teve como meios de prova escutas telefónicas, documentos apreendidos ao grupo motard e o depoimento de testemunhas e arguidos.
O MP deu como provado, entre outros factos, o ataque perpetrado pelos arguidos e membros do grupo Hell's Angels no restaurante 'Mesa do Prior', no Prior Velho, bem como a perseguição movida por estes a Mário Machado, líder do movimento de extrema-direita Nova Ordem Social e que pertencia a um grupo motard rival. O procurador deu ainda como provados os outros crimes constantes da acusação, incluindo extorsão e posse de arma proibida, designadamente soqueiras, mocas e bastões extensíveis.
A acusação do MP considera estes membros do grupo motard Hell's Angels elaboraram um plano para aniquilar um grupo rival, em março de 2018, com recurso à força física e a várias armas para lhes causar graves ferimentos, "se necessário até a morte".
Após as alegações do MP, o advogado José Castro, mandatário de Mário Machado (assistente no processo), subscreveu na globalidade a tese do procurador e a ida dos arguidos a julgamento, nomeadamente por associação criminosa e outros crimes graves contra a integridade física.
Na altura, à saída do TCIC, alguns advogados de defesa contestaram a acusação do MP, sobretudo a imputação do crime de associação criminosa, e apontaram diversas nulidades do processo, que poderão vir a dar azo a recursos.
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